Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Relator do processo que analisa a prestação de contas do governo da presidente da República Dilma Rousseff, o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, listou 13 irregularidades nas contas presidenciais, entre as quais, as “pedaladas fiscais”. Na sexta-feira, a Advocacia-Geral da União entregou as respostas aos itens questionados. Nardes é favorável à rejeição das contas. A tendência é que o julgamento das contas ocorra entre o final de setembro e início de outubro. Ontem, o ministro encaminhou a vários amigos, pelas redes sociais, estes esclarecimentos:
Com a palavra, o ministro João Augusto Nardes
“Sexta-feira recebi as explicações finais da presidente Dilma em relação aos 104 bilhões, com indícios graves de irregularidades. Como relator das contas da República, vou me dedicar integralmente no exame de todos os atos do governo em 2014. São aproximadamente duas mil páginas que examinarei com minha equipe; em 80 anos, é a primeira vez que se estabelece o contraditório para um presidente do Brasil, as contas eram sempre aprovadas com ressalvas. Vamos examinar tecnicamente e com equilíbrio, sempre pensei que a sociedade, ou seja, a nação deve preponderar sobre o individual, por isto lancei um livro: Governança Pública Desafio do Brasil, com 500 páginas, mostrando os gargalos da administração do Brasil. Já estou sendo muito pressionado e ameaçado através de e-mails, dizendo que vão acabar comigo; sei que serei muito atacado, porém sigo na minha caminhada. Entretanto são milhões de brasileiros que esperam uma explicação, o porquê da situação atual do Brasil, vou fazer minha parte. As nações fracassam por que as instituições não cumprem sua parte, venho de uma nação Missioneira, que milhares de índios morreram defendendo seus ideais. Sou de uma família tropeira que herdou este postulado. A alma Missioneira continuará existir. Como disse Sepé Tiaraju, ‘esta terra tem dono’, e, acrescento, pertence a todos os brasileiros. Por isto, caros amigos, estarei ausente das atividades do face de forma indeterminada, já tinha feito isto. Porém, o governo solicitou mais 15 dias. Que Deus proteja a todos os brasileiros que vivem este momento de incertezas. Um abraço a todos. J Nardes.”
Delegados de polícia atendem apenas casos graves
Embora reitere que continua aberta ao diálogo, a ASDEP (Associação dos Delegados de Polícia do Estado), através da sua presidente, delegada de polícia Nadine Farias Anflor, encaminha uma nota esclarecendo que o posicionamento da categoria não mudou. “As deliberações tomadas pelos delegados de polícia em assembleia-geral foram motivadas pelo inconstitucional parcelamento dos subsídios da categoria e pelo descumprimento de decisão judicial. Como esta situação persiste, todas as medidas estão mantidas até a integralização da remuneração correspondente ao mês de agosto ou eventual nova resolução, uma vez que a classe se encontra em assembleia-geral permanente”, esclarece a entidade. Na deliberação anterior, tomada em assembleia-geral, a ASDEP orientou seus associados “a dar suporte, tanto quanto possível e dentro dos limites da legalidade, às medidas adotadas pelos agentes da Polícia Civil, mantendo o atendimento aos casos graves e urgentes, a critério de cada Delegado de Polícia.”
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