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Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2021
Em um ano marcado pela pandemia do coronavírus, a atividade econômica brasileira fechou 2020 com retração de 4,05% em relação a 2019. O percentual foi medido pelo Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) na série sem ajustes sazonais, que permite comparações entre os anos.
Conhecido como uma “prévia do BC” para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. De responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do ano passado será divulgado apenas em 3 de março.
A queda do IBC-Br em 2020 ficou fora do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados, que esperavam resultado entre -4,50% e -4,10% (mediana em -4,20%).
No ano passado, os efeitos da pandemia sobre a economia, apesar de percebidos já em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril. A partir de maio, o IBC-Br demonstrou reação.
Apenas em dezembro, o IBC-Br avançou 0,64% em relação a novembro, na série com ajustes sazonais. Foi o oitavo mês consecutivo de alta. Medido em pontos, o indicador passou de 137,45 pontos em novembro para 138,33 pontos em dezembro. Esse é o maior patamar para o indicador desde fevereiro do ano passado (140,24 pontos), antes do acirramento da pandemia.
A alta do IBC-Br em dezembro ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast , que esperavam resultado entre -1,25% e +0,70% (mediana em +0,30%).
Na comparação entre os meses de dezembro de 2020 e dezembro de 2019, houve alta de 1,34% na série sem ajustes sazonais. Essa série encerrou com o IBC-Br em 139,30 pontos em dezembro, no maior patamar para um mês de dezembro desde 2014 (145,48 pontos).
O indicador de dezembro de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho acima do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast , que esperavam resultado entre -2,16% e +1,30% (mediana em +0,80%).
Propostas
Em documento divulgado na sexta-feira (12), a Confederação Nacional da Indústria lista 25 propostas para reduzir os principais componentes do Custo Brasil, que podem atrapalhar o crescimento do País, a geração de riqueza, renda e emprego.
“As incertezas continuam elevadas e a recuperação econômica não está consolidada. Ainda mais incerta é a capacidade da economia brasileira de aumentar sua taxa de crescimento, o que é essencial para o aumento do padrão de vida dos brasileiros”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A entidade ressalta que o Brasil não pode repetir o desempenho do passado recente, lembrando que, nos últimos 10 anos, o registrou taxa de crescimento média anual de 1,3%. “O País precisa elevar sua taxa de crescimento para pelo menos 3% ao ano, em média, nos próximos 10 anos. E aumentar ainda mais na década seguinte. Só assim conseguiremos nos aproximar das economias desenvolvidas”, destaca o documento da CNI, acrescentando que “já passou da hora de enfrentarmos os entraves ao aumento da competitividade”.
A expectativa da indústria é que medidas já em tramitação no Congresso possam ser aprovadas e implementadas o mais rapidamente possível. O Custo Brasil é um conjunto de fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da economia nacional, incluindo entraves estruturais, burocráticos, trabalhistas e econômicos.