Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2015
O empresário João Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, disse à força-tarefa da Lava-Jato que no âmbito de um contrato da estatal para a aquisição do campo de exploração em Benin, na África, fez “a pedido de terceiro” transferência bancária a um político com foro privilegiado. Investigadores da operação afirmam que o político é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha já foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz federal Sérgio Moro decidiu enviar para o STF cópia do depoimento de Henriques, que teve prisão preventiva decretada. Inicialmente, Henriques negou corrupção e arrecadação de valores ilícitos. Mas, confrontado com documentos que os investigadores exibiram, ele admitiu alguns fatos.
Denúncia
Henriques é réu em ação penal sobre suposta propina de 31 milhões de dólares na contratação pela Petrobras do navio sonda Titanium Explorer, em 2009, por 1,8 bilhão de dólares. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), ele operou o repasse de 10,8 milhões de dólares para o PMDB.
Em delação premiada, o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Musa declarou que João Henriques lhe disse que quem “dava a palavra final na Diretoria de Internacional da Petrobras era Eduardo Cunha”.
O juiz Moro considerou desnecessário enviar a própria ação penal contra João Henriques para o Supremo, “já que a suposta propina paga ao titular de foro privilegiado não diria respeito ao contrato de fornecimento do navios sonda Titanium Explorer”. Na avaliação do juiz, todo esse quadro, inclusive os resultados das provas colhidas mais recentemente, indicam que o acusado João Augusto Rezende Henriques seria mais um dos intermediadores de pagamentos de propinas milionárias em contratos da Petrobras. (AE)