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Saúde Saiba se variantes mais perigosas do coronavírus vão continuar surgindo

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Ao longo da última semana, Pelotas apresentou aumento de 24,1% de internações em leitos clínicos, entre suspeitos e confirmados. (Foto: Reprodução)

Já ficou claro que agora o mundo está lidando com uma nova versão do coronavírus que se espalha com muito mais facilidade — provavelmente com o dobro da facilidade — do que a versão que surgiu em Wuhan (China) no final de 2019.

A variante Alpha, identificada pela primeira vez em Kent, no Reino Unido, já havia demonstrado que mutações podem ter uma capacidade bem maior de contágio. Agora a Delta, vista primeiro na Índia, mostrou isso em uma escala ainda maior.

Isso é a evolução na prática.

Então, estamos condenados a um desfile interminável de variantes novas e aprimoradas cada vez mais difíceis de conter? Ou existe um limite para o quão pior o coronavírus pode se tornar?

Vale a pena relembrar a jornada desse vírus. Ele passou de uma espécie completamente diferente — seus parentes mais próximos são os coronavírus encontrados em morcegos, embora não se saiba ainda qual animal seria seu hospedeiro original — para outra — nós, os humanos.

Fazendo uma analogia, o vírus é como se fosse você começando um novo emprego: você é competente, mas não é ainda um profissional completo. A primeira variante foi boa o suficiente para iniciar uma pandemia devastadora, mas ela agora está melhorando conforme ganha experiência.

Quando os vírus chegam aos humanos, é “muito raro que sejam perfeitos”, diz a professora Wendy Barclay, virologista do Imperial College London, no Reino Unido.

Existem exemplos de vírus de pandemias de gripe a surtos de ebola que saltaram para humanos e, depois, suas mutações aceleraram.

Então, até onde isso pode chegar?

A melhor maneira de comparar o poder de propagação puro dos vírus é observar seu R0 (pronuncia-se R-zero). É o número médio de pessoas para as quais cada pessoa infectada passa um vírus se ninguém estiver imune e tomar precauções.

Esse número estava em torno de 2,5 quando a pandemia começou em Wuhan e pode chegar a 8,0 para a variante Delta, de acordo com o Imperial College.

“Este vírus nos surpreendeu muito. Está além de qualquer coisa que temíamos”, disse Aris Katzourakis, que estuda a evolução viral na Universidade de Oxford.

“O fato de ter acontecido duas vezes em 18 meses, duas linhagens (Alpha e Delta) cada uma 50% mais transmissível, é uma quantidade fenomenal de mudança.”

É “tolice”, ele pensa, tentar especular sobre o quão longe isso pode chegar, mas Katzourakis acredita que poderá facilmente haver mais saltos na capacidade de transmissão nos próximos dois anos. Outros vírus têm um R0 muito mais alto. O recordista deles, o do sarampo, pode provocar surtos explosivos.

“Ainda há espaço para aumentar”, diz Barclay. “O [R0 do] sarampo está entre 14 e 30, dependendo de para quem você pergunta. Eu não sei o que vai acontecer.”

Mas como as variantes fazem isso?

Existem muitos truques que o vírus pode usar para melhorar sua disseminação, tais como:

— melhorando a forma como abre a porta para as células do nosso corpo;
sobrevivendo mais tempo no ar;

— aumentando a carga viral para que os pacientes respirem mais vírus;

— mudando quando, no curso de uma infecção, se espalha para outra pessoa.

Uma das maneiras pelas quais a variante Alfa se tornou mais transmissível foi melhorando sua capacidade de passar pelo alarme de intrusão do corpo — chamado de resposta do interferon — dentro das células do nosso corpo.

Mas isso não significa que, quando avançarmos no alfabeto grego que dá nome às variantes e chegarmos à Ômega (a última letra grega), teremos um vírus monstruoso e imparável.

Há também o conceito de compensações evolutivas — para se tornar melhor em uma coisa, geralmente se piora em outra. O programa de vacinação mais rápido da história criou um obstáculo diferente ao vírus, que poderá acabar tendo que seguir uma outra direção evolutiva.

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