Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2021
A decisão da Inglaterra de manter medidas de quarentena para viajantes que saem da França, e não de outros países da União Europeia, é discriminatória e não está baseada em ciência, disse um ministro francês nesta quinta-feira.
A Inglaterra disse na quinta-feira que permitiria que visitantes totalmente vacinados da UE e dos Estados Unidos entrassem no país sem precisar fazer quarentena a partir da próxima semana, mas que revisaria a regra a pessoas que saíssem da França apenas no fim da próxima semana.
“É excessiva e, francamente, incompreensível por motivos sanitários… Não é baseada em ciência e é discriminatória contra a França”, afirmou o ministro para Assuntos Europeus da França, Clément Beaune, à LCI TV. “Eu espero que seja revisada assim que possível, é simplesmente o bom senso.”
Beaune disse que a França não planeja retribuir na mesma moeda “por enquanto”.
O governo britânico afirmou que manteria as regras de quarentena para viajantes da França por causa da presença da variante Beta naquele país, mas autoridades francesas dizem que o grosso dos casos saem da Ilha da Reunião no Oceano Índico.
Internações de jovens
Em outra frente, o aumento das hospitalizações de jovens não vacinados contra a Covid-19 nas UTIs francesas preocupa as autoridades sanitárias da França.
Enquanto os médicos intensivistas tentam conscientizar adultos com idades entre 20 e 29 anos sobre a importância da imunização, a campanha do governo mira nos adolescentes, antes do início do ano letivo, previsto para setembro.
O jornal francês “Le Parisien” destacou em sua manchete nesta quinta-feira (29) que, nas UTIs, os pacientes estão mais jovens e não foram vacinados.
“Em um momento em que as internações aumentam”, descreve a reportagem. “Os médicos veem que os doentes que necessitam de tratamento intensivo fazem parte de faixas etárias bem inferiores em relação às ondas anteriores da Covid-19”.
Segundo os dados da Agência de Saúde Pública da França, pela primeira vez desde o início da crise sanitária, a média de idade dos pacientes nas UTIs do país está abaixo dos 60 anos.
O jornal “Le Parisien” afirma que, ao darem entrada nos hospitais, a primeira pergunta que os médicos fazem aos doentes é se eles estão vacinados e, na maioria das vezes, a resposta é negativa.
Como argumento, os não vacinados sempre apresentam a mesma justificativa: que não há muitas pesquisas sobre os efeitos colaterais a longo prazo das vacinas. Muitos reconhecem ter medo de se vacinar, mas também de estarem mal informados.
Os jovens de 20 a 29 anos, dizem acreditar que, no caso de se contaminarem, não terão sintomas graves. Eles não se sentem implicados, dizem que não têm tempo de se vacinar, “mas, ao se infectarem, transmitem o vírus como qualquer outro indivíduo”, ressalta a publicação. As informações são da agência de notícias Reuters e da RFI.