Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2021
Israel foi um dos primeiros países a implementar um programa abrangente de vacinação contra a covid-19, tornando-se exemplo para o restante do mundo.
No fim de fevereiro, pelo menos 50% da população já havia tomado pelo menos uma dose da vacina. Segundo a plataforma Our World in Data, cerca de 63% da população israelense está totalmente imunizada.
O país praticamente voltou à vida normal no início de junho. Na época com poucos casos de covid-19, parecia que a batalha contra o vírus havia sido vencida.
No entanto, a partir de julho, as infecções começaram a aumentar novamente e, no início deste mês, Israel passou a registrar mais de 10 mil novos casos da doença por dia.
A resposta das autoridades foi um programa de vacinação de reforço inicialmente oferecido para aqueles com mais de 60 anos, mas que acabou estendido a grupos populacionais cada vez mais jovens.
E, num desdobramento mais recente, Israel se prepara para garantir que vacinas suficientes caso uma quarta rodada de imunização contra a covid-19 seja necessária, disse em 12 de setembro Nachman Ash, diretor-geral do Ministério da Saúde, principal autoridade de saúde do país.
O recente aumento de casos (variando entre 7 mil a 10 mil novos casos por dia, segundo a média móvel do país) gerou debate sobre o futuro do programa de vacinação de Israel e pode trazer lições importantes para o restante do mundo, de acordo com Rachel Schraer, repórter de saúde da BBC.
Não vacinados
Uma parte importante do problema em Israel tem sido a cobertura de vacinação, na visão de Micheal Head, pesquisador de saúde global da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Depois de seu início rápido, o programa de vacinação desacelerou, diz Head em artigo recente.
“Não houve interrupções claras no fornecimento de vacinas, então fatores como hesitação ou acesso a cuidados médicos podem ter sido um problema”, diz o pesquisador. “Por exemplo, há evidências de que a aceitação é menor entre grupos árabes e judeus ultraortodoxos.”
A proporção da população que recebeu pelo menos uma dose da vacina aumentou de 50% em fevereiro para apenas 68% em setembro. Crianças de 12 a 15 anos foram incluídas no programa de vacinação em junho de 2021.