Segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2015
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse ver risco de a atual crise virar uma “crise social” que afetaria a estabilidade do País, o que, segundo ele, diria respeito às Forças Armadas. “Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica […]. Se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade”, afirmou Villas Bôas.
Ele deu as declarações em uma videoconferência para dois mil oficiais temporários da reserva, os R2, que se prepararam durante o serviço militar, mas não seguiram carreira. A conversa teve transmissão para oito comandos pelo País.
O militar, que foi escolhido para o comando do Exército pela presidenta Dilma Rousseff – comandante-em-chefe das Forças Armadas – no início deste ano e já afastou intervenção militar em outras declarações, disse não ver uma crise institucional e que as instituições funcionam, dando como exemplo a reprovação das contas da petista pelo Tribunal de Contas da União. “Não são necessários atalhos nos caminhos para chegar ao bom termo.”
O Exército, questionado sobre o significado de a eventual crise social dizer respeito à instituição, citou, em nota, artigo da Constituição que afirma que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, sob autoridade presidencial. “Foi com o pensamento de legalidade, de estabilidade e de legitimidade que o comandante se referiu.”
Motivo
Segundo o Exército, que tem desenvolvido projeto recente de reaproximação com reservistas, “a única intenção [do evento] foi manter o contato com ex-companheiros”. O presidente do conselho de R2, Sérgio Monteiro, terminou assim nota publicada após a palestra: “Os tenentes estão de volta, prontos! Dê-nos a missão!”.
(Rodrigo Vizeu/Folhapress)