Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2022
O presidente do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força (SP), afirmou que João Doria já foi avisado pelo PSDB de que não será candidato à Presidência da República.
Paulinho confirmou ao jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira (21), que a informação partiu do deputado federal Aécio Neves na última segunda-feira. O ex-governador gaúcho Eduardo Leite também participou do encontro.
“É verdade. Eles me falaram que já avisaram o Doria que ele não será candidato a presidente da República”, disse Paulinho.
Ainda de acordo com o presidente do Solidariedade, Aécio declarou que esse era “o único jeito de salvar a candidatura” de Rodrigo Garcia (PSDB-SP) ao governo de São Paulo.
Eduardo Leite perdeu as prévias tucanas para Doria, mas tenta correr por fora para se viabilizar como “terceira via” e busca apoio de partidos como MDB e União Brasil.
Apoiadores de Doria entendem que o estatuto tucano veda a participação de Leite na disputa presidencial e que sua participação seria uma manobra e um golpe interno. O grupo do gaúcho, porém, argumenta que a manobra é possível, uma vez que os demais partidos da aliança não estão submetidos ao regramento do PSDB.
Aliança com Lula
Por pouco Paulinho da Força não abandonou a aliança acertada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de dez dias, depois de ter sido vaiado por militantes do PT durante um evento de centrais sindicais para o qual havia sido convidado por Lula. O episódio, porém, foi contornado num encontro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e com o próprio pré-candidato petista à Presidência.
Em entrevista ao jornal O Globo, Paulinho, que durante anos presidiu a Força Sindical, afirmou que Lula lhe prometeu proteção. Em outras palavras, o ex-presidente garantiu que o deputado não será mais atacado pela militância e que o espera ao seu lado no dia 7 de maio, quando será lançada a chapa presidencial formada por Lula e Geraldo Alckmin (PSB), o vice. “Ele chamou para si a responsabilidade”, disse Paulinho.
Antes de selar as pazes e postar uma imagem de mãos dadas com Lula, na terça-feira passada, o deputado se reuniu justamente com o tucano Aécio Neves, a quem classifica como “grande amigo”, e o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). No mesmo dia, veio a público uma gravação em que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), tentava convencer Paulinho a abandonar o petista e aderir ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Embora tenha recusado a oferta, o parlamentar do Solidariedade diz considerar Bolsonaro um candidato difícil de ser batido.
Ele acredita, no entanto, que se Lula vencer, os partidos do centrão, grupo político em torno do qual o Solidariedade orbita, vão estar “em seis meses” com o novo presidente. “Tem gente que não gosta e não sabe ser oposição”, justificou. As informações são da Carta Capital e do jornal O Globo.