Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2022
Há meses circulam relatos de que Moscou estaria oferecendo a criminosos comuns de colônias penais a liberdade em troca da mobilização para o front da guerra na Ucrânia. Agora, um vídeo feito com um telefone celular, divulgado por grupos de oposição, parece confirmar a informação.
Nele vê-se um homem calvo, de uniforme militar verde-oliva onde ostenta duas condecorações semelhantes à Heróis da Federação Russa, a mais alta concedida no país. Ele se parece muito com o empresário Yevgeny Prigozhin, notório por sua ligação estreita com o Kremlin. Segundo a mídia nacional, ele manteria o mais famoso exército particular russo, o Grupo Wagner, que estaria combatendo na Ucrânia, valendo-lhe assim a condecoração como “Herói da Rússia”.
As revelações contidas não são surpreendentes: “Prigozhin se esforça muito e visita as colônias penais pessoalmente”, já afirmava em agosto à DW Olga Romanova, diretora da organização de direitos humanos Russia Behind Bars (Rússia atrás de grades).
O primeiro confronto com participação de presidiários russos ocorreu em meados de julho, em Lugansk, no extremo leste da Ucrânia. Romanova calcula que até o começo de agosto o empresário tenha recrutado pelo menos 2.500 presos, e crê que esse número possa chegar a 60 mil – o equivalente a 10% da população carcerária total da Rússia.