Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2023
Um balão chinês misterioso apareceu nos céus do estado de Montana (EUA). Desde então, China e Estados Unidos passam por uma crise diplomática para entender quais as causas e os motivos do balão ter invadido o espaço aéreo americano.
Os dois países já apresentaram suas versões sobre o ocorrido. Enquanto os EUA acreditam que era um balão de espionagem, a China alega ser um instrumento meteorológico que desviou da sua rota e viajou até o território americano.
Entenda, a seguir, o que se sabe sobre a crise diplomática entre os dois países.
1. Quando aconteceu? Na última quinta-feira (2), os EUA divulgaram oficialmente que haviam detectado o balão, que, naquele momento, sobrevoava o estado de Montana. Em comunicado, o Pentágono (sede da defesa dos EUA) disse que o balão estava em território americano já há alguns dias e que vinha sendo monitorado pela aeronáutica.
2. O que é o objeto? Um balão, com a parte superior branca e um aparato tecnológico acoplado na parte de baixo. Não há confirmações sobre o que era o mecanismo eletrônico e qual seria sua função.
3. Por que um balão? Mesmo com caças, drones e satélites disponíveis, o governo americano alega que a China teria utilizado o balão para espionagem. Uma possível explicação para isso é a de que os balões são mais baratos e, por voarem em baixa velocidade, podem patrulhar detalhadamente a região que o remetente deseja analisar.
4. Por que a China fez isso? Para alguns especialistas, a ideia é justamente mostrar aos EUA que, apesar de estarem estreitando laços, os dois países ainda podem manter uma “competição saudável”, que não apresente perigos. Outros defendem que a China queria que o balão fosse visto para demonstrar aos EUA que seu serviço de segurança aéreo ainda possui falhas e que elas poderiam ser aproveitadas por Pequim.
5. O que dizem os EUA? Em um primeiro momento, Washington disse que a entrada do balão no espaço aéreo americano era um ato irresponsável e que violava a soberania americana e o direito internacional. Depois de constatar que ele não apresentava perigo para o tráfego aéreo civil, os EUA passaram a estudar o artefato. “Pudemos estudar e escrutinar o balão e seus equipamentos, o que foi valioso”, disse um oficial do Pentágono.
6. O que diz a China? Quando os EUA identificaram o balão em seu espaço aéreo a China imediatamente se prontificou e disse que não se passava de um aparato tecnológico usado para pesquisas meteorológicas, mas que foi desviado pelos ventos. Então, Pequim teria perdido seu controle e ele entrou no espaço aéreo americano. Os chineses pediram calma e ‘cabeça fria’ para tratar da situação, mesmo sabendo da pressão que o governo de Joe Biden tinha para derrubar o artefato.
7. Ele já foi derrubado? Sim. Após passar dias sobrevoando o território dos EUA, o balão foi derrubado no mar no estado da Carolina do Sul, no leste do país. O plano inicial era derrubar dentro do estado de Montana, mas Washington decidiu que seria melhor esperar ele chegar no mar para que não houvesse a possibilidade de destroços caírem sobre áreas habitadas.
Depois disso, o Ministério das Relações Exteriores da China expressou “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas”. De acordo com o jornal japonês Sankei, Washington teria sugerido ainda a implantação de mísseis de médio alcance no Japão como parte de um plano para reforçar as defesas contra a China.
8. O que isso causou? Um grande problema diplomático entre os dois países. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tinha viagem marcada para Pequim neste domingo (5), mas desmarcou a viagem depois da identificação do objeto sobre o território americano. Pequim tenta restaurar a situação.
9. Existe outro balão similar? Sim, na Colômbia. Um objeto similar ao balão encontrado nos EUA foi visto sobre o território colombiano neste fim de semana. “O objeto entrou no espaço aéreo colombiano pelo norte do país (…) identificando características semelhantes às de um balão”, diz o comunicado do governo local.
Não se sabe ao certo se era o mesmo balão e nem se ele seria originário da China. Os colombianos disseram que o objeto não representava uma ameaça à segurança e defesa nacional.