Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2023
O Palácio do Planalto deixou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) à própria sorte ao negociar a reestruturação da Esplanada. A prioridade da articulação política do presidente Lula foi empenhar todos os esforços para salvar o núcleo palaciano e as pastas chefiadas pelo PT, como Casa Civil e Desenvolvimento Agrário.
A orientação dos líderes do governo na Câmara e no Senado foi para aceitar o texto proposto pelo relator, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O parecer minguou a pasta de Marina. Tirou dela o poder sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Agência Nacional de Águas (ANA). As alterações foram avalizadas pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que esteve com Isnaldo na véspera da deliberação.
A Rede Sustentabilidade disse, em nota, que repudia “qualquer iniciativa que retire atribuições fundamentais ao Ministério”. Mas evitou críticas a Lula. “Reafirmamos nossa confiança na liderança da Ministra Marina Silva no MMA e do Presidente Lula para conduzir os desafios ambientais do País.”
O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc diz que o presidente Lula precisa respaldar a decisão do Ibama de impedir a exploração de petróleo no Rio Amazonas. “Marina Silva é ‘indemissível’ para o Governo e não terá como ser detonada por Lula.”
Com Marina fritada pelo governo, o ex-senador Jorge Viana (PT) vira opção para a vaga. Para o cargo de ministro, não é obrigatório falar inglês. Foi por causa da falta de domínio no idioma que ele perdeu a presidência da Apex-Brasil.
“Contradições”
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nessa quinta-feira (25) que o governo passa por um período de contradições. Isso porque a maior parte do Congresso Nacional tenta forçar uma política que não condiz com a orientação do Poder Executivo.
“É um momento difícil para o nosso governo, aonde há uma parte do Congresso, que é maioria, que quer impor ao governo eleito do presidente Lula, o modelo de gestão do governo Bolsonaro”, disse a ministra, depois da posse do presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), Mauro Pires.
Marina foi questionada sobre se também tinha a mesma percepção que a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que afirmou que houve “uma certa frustração” com a falta de posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na aprovação de um parecer sobre a MP (medida provisória) 1.554/2023, que trata da reestruturação dos ministérios do governo. Segundo a ministra do Meio Ambiente, o governo vive momento de “contradições”.
“Nós vivemos em um momento de muitas contradições, temos uma contradição que não depende da nossa vontade. O mesmo presidente Lula que restabeleceu o comitê de busca para que nós tivéssemos alguém como o Mauro Pires, que é um funcionário de carreira… O mesmo presidente Lula que no dia 1º dia de janeiro, dos 10 decretos assinados, 5 eram da área ambiental para ver a prioridade que ele da a essa agenda, está vivendo a pressão daqueles que querem transformar o governo do presidente Lula no do Bolsonaro e estamos fazendo todos os esforços para que isso não aconteça”, completou.