Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2023
Encerrado o julgamento do TSE que tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível, a ordem dentro do Palácio do Planalto é parar de falar no ex-presidente e traçar estratégias para derrotá-lo nas principais cidades nas eleições municipais de 2024, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Assim, o governo pretende enfraquecê-lo ainda mais politicamente. A avaliação é que, se a economia seguir se recuperando, as chances de candidatos apoiados por Lula e seu grupo serão maiores, reduzindo o espaço da extrema direita, fortalecendo o centro, e isolando candidatos apoiados por Bolsonaro.
Em São Paulo, o ex-presidente já está tentando adotar uma estratégia para tentar ganhar a prefeitura da capital apoiando o atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB. Ou seja, um nome de centro, e não da extrema direita. Exatamente sabendo que haverá esforços para tentar isolar o seu grupo político mais próximo.
No Rio, o presidente Lula tende a apoiar a reeleição do atual prefeito, Eduardo Paes, do PSD, partido que integra a sua base eleitoral. Bolsonaro pode apoiar o lançamento de seu vice, Braga Netto, que não ficou inelegível.
Em Belo Horizonte, o PT não tem um candidato forte e busca uma aliança para evitar que um candidato apoiado pelo ex-presidente vença a disputa na capital mineira.
Enquanto isso, no PL, a avaliação é que a condenação do ex-presidente Bolsonaro no TSE reduz o seu poder político dentro do partido no médio prazo.
Por enquanto, a estratégia do comando do partido é manter o ex-presidente em evidência visando as eleições municipais do próximo ano, e torná-lo cabo eleitoral em 2026.
Mas os interlocutores de Valdemar da Costa Neto avaliam que o ex-presidente vai chegar em 2026 mais dependente do partido do que o partido dele. Vai, pelo menos, equilibrar as forças dentro do PL. Hoje, Bolsonaro se sente dono da sigla, que tem dono, Valdemar da Costa Neto.
TCU
Uma representação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) a partir da decisão que tornou Bolsonaro inelegível por oito anos pode fazer com que o antigo mandatário fique ainda mais tempo afastado das urnas.
No pedido dirigido à Corte nessa segunda (3), o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pede que seja apurado o “dano ao erário decorrente do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação, especialmente por meio de canal público, por parte do ex-Presidente da República Jair Bolsonaro, no contexto da decisão tomada pelo TSE quanto à inelegibilidade”.