Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2015
O Brasil já é o segundo país no mundo que mais realiza cirurgias bariátricas, com 80 mil registros por ano, e fica atrás apenas dos Estados Unidos. Também conhecida como cirurgia de redução do estômago, ela costuma dar importantes resultados na perda de peso e na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) alerta que cerca de 10% a 15% dos pacientes ganham peso acima do aceitável e 5% recuperam novamente todos os quilos perdidos com o auxílio da cirurgia.
O principal estudo científico sobre os resultados da cirurgia bariátrica em longo prazo, realizado na Suécia, o Swedish Obese Study, mostrou que, cinco anos depois, metade dos pacientes operados ganham 20% do peso perdido e, após 10 anos da cirurgia, apenas um terço dos pacientes mantêm o peso perdido nos primeiros dois anos.
“A obesidade é uma doença crônica. Ela tem controle, mas não tem cura. Se a pessoa faz a cirurgia, emagrece, mas não consegue manter o controle da alimentação e dos exercícios físicos e volta a ter a vida de antes, a obesidade vai voltar”, afirma o presidente da SBCBM, Josemberg Campos.
O fator psicológico conta muito. É o que explica Vanesca Medeiros, psicóloga especialista em compulsão e tratamento de obesidade, que também passou pela cirurgia bariátrica há 12 anos. “O paciente fica muito empolgado com a perda de peso, mas depois ele começa a relaxar e aí vem a compulsão e ele acaba descontando na comida”, disse Vanesca, que sofre com a obesidade desde a infância.
Aos 28 anos e com 145 quilos, ela decidiu fazer a cirurgia bariátrica e emagreceu 50 quilos. “Tive dois momentos de ganho de peso e emagreci novamente. Minha experiência ajuda muito os meus pacientes. Sempre digo: recomece agora tudo aquilo que lhe foi ensinado no momento em que você estava sendo preparado para a cirurgia”, ressalta.
A jornalista Fernanda Galvão foi operada há oito anos e há um ano voltou a ganhar peso. “Cheguei a ganhar 15 quilos porque parei com o tratamento psicoterápico. Descontei toda a minha ansiedade na má alimentação.” Para reverter o “efeito-sanfona”, ela reforçou a dieta e voltou a praticar exercícios físicos e a fazer tratamento psicoterápico.