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Mundo Governos da América do Sul: popularidade de esquerdistas eleitos recentemente está em baixa

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Os presidentes Gustavo Petro (E) e Gabriel Boric; falta de maioria legislativa prejudica agenda.(Foto: Reprodução)

O aumento do custo de vida, da criminalidade e a dificuldade em construir consensos no Parlamento desidrataram a popularidade dos líderes de esquerda de Argentina, Chile e Colômbia. Mas a “onda rosa”, como foi chamada a maré esquerdista por alguns analistas, faz parte de um contexto regional de irritação generalizada com os governos de turno, que inclui também líderes conservadores de Equador e Peru.

Para analistas, há um descompasso entre a agenda desses líderes e as necessidades da população, o que facilita a ascensão da oposição, como é caso da eleição argentina, dia 22 de outubro. O problema é mais visível entre os governos de centro-esquerda, que são maioria no continente.

“A esquerda passou a se preocupar com uma agenda progressista, que não é o foco da população mais pobre, sem dinheiro para pagar as contas e não está preocupada com aquecimento global ou com a paridade de gênero”, diz a diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente. “Quem não tem o que comer não vai discutir problemas de sustentabilidade.”

Os casos mais notórios são os dos presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, além da inoperância do argentino, Alberto Fernández, tão impopular que sequer tentou a reeleição.

No caso de Boric e Petro, a falta de maioria legislativa prejudica suas agendas. As reformas tributárias, propostas pelos dois, não avançaram nem no Chile nem na Colômbia. Boric enfrenta ainda uma dor de cabeça com o processo constituinte chileno, depois que uma Assembleia dominada pela esquerda teve seu projeto de Carta Magna rejeitado nas urnas. Petro, por sua vez, convive com denúncias de corrupção que envolvem seu filho.

Argentina

A crise crônica prejudica também a vida dos argentinos, que sinalizam a intenção de buscar um candidato de fora do establishment. Com uma inflação anualizada de 124% em agosto, dívidas com o FMI e reservas em dólares no vermelho, a população convive com a alta de preços e a escassez de produtos.

O discurso explosivo e as soluções pouco convencionais do libertário Javier Milei, candidato favorito, atraíram os argentinos cansados da política tradicional. Dentre as propostas de Milei, a dolarização, as privatizações e o fechamento do Banco Central estão entre as mais heterodoxas.

Chile

Já Boric, de 37 anos, o presidente mais jovem da história do Chile, sempre se apresentou como um líder de esquerda com um verniz diferente. Com críticas às ditaduras de Venezuela e Nicarágua, ele também condenou a Rússia pela invasão à Ucrânia.

Acenando cada vez mais ao centro para ter mais governabilidade, Boric tem dificuldade para impor a sua agenda e coleciona derrotas, como as rejeições da nova Constituição e da reforma tributária, além de desafios como a inflação e a criminalidade.

“O maior problema de Boric é que ele tem uma rejeição forte e está com um pêndulo político mais voltado para a direita no momento, principalmente depois que sua proposta de Constituição fracassou”, disse Simón Escoffier, professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Chile.

Em pesquisas recentes, Boric tem 28% de aprovação e 65% de rejeição. “A esquerda via Boric como sinônimo de mudanças estruturais, mas isso não está acontecendo e ele tem negociado com o setor privado e os militares, o que frustra o eleitorado de esquerda”, disse Escoffier.

O aumento da violência também afetou a imagem de Boric. Em 2022, os homicídios cresceram 33,4% em relação a 2023 – a segunda maior variação na América Latina, perdendo apenas para o Equador, que registrou um aumento de 80%.

Colômbia

Após uma eleição histórica, Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, em 2022. Atualmente, sua popularidade também está em queda.

Petro nunca foi unanimidade. Eleito com 50,46% dos votos, superando o populista de direita Rodolfo Hernández, que teve 47,28%, ele hoje é aprovado por apenas 33% dos colombianos, segundo pesquisa feita pela Invamer.

Sua popularidade caiu principalmente pela dificuldade de aprovar no Congresso suas reformas trabalhista, previdenciária e de saúde, criticadas por uma parcela da população.

“O que acontece com os governos de esquerda, incluindo o de Petro, é que eles chegam ao poder prometendo reformas, mas não conseguem manter essas promessas por causa da falta de apoio no Congresso”, disse Andrés Londoño, cientista político da Universidade Nacional da Colômbia.

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https://www.osul.com.br/governos-da-america-do-sul-popularidade-de-esquerdistas-eleitos-recentemente-esta-em-baixa/ Governos da América do Sul: popularidade de esquerdistas eleitos recentemente está em baixa 2023-10-01
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