Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2023
Os Estados Unidos e a Venezuela concluíram uma troca de prisioneiros que levou à libertação de Alex Saab, empresário ligado a Nicolás Maduro e investigado por receber suborno de US$ 350 milhões de um esquema de corrupção na importação de cestas básicas. Em troca, 10 americanos serão libertados e o empreiteiro conhecido como “Fat Leonard”, um fugitivo da Justiça americana, será deportado.
O acordo dá sequência à reaproximação entre EUA e Venezuela, iniciada neste ano, com o levantamento de parte das sanções ao petróleo venezuelano em troca da realização de eleições livres no país.
A libertação de Saab, uma das peças principais no esquema de coação eleitoral de Maduro, é uma concessão significativa da Casa Branca. Segundo analistas, ela indica que a retórica belicista de Maduro sobre a anexação do Essequibo, na Guiana, não afetou a reaproximação. “Às vezes, temos de tomar decisões difíceis”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
Oposição
A troca irritou a ala mais radical da oposição ao chavismo, que tem criticado a reaproximação. Em 2024, Maduro deve disputar um terceiro mandato. Apesar do acordo com os EUA, o governo venezuelano barrou a candidatura da principal opositora, María Corina Machado, vencedora das primárias de novembro.
Apesar disso, Biden disse que a reaproximação vai bem. “Parece que Maduro, até agora, manteve seu compromisso com uma eleição livre. Ainda não está feito. Há um longo caminho a percorrer”, afirmou.
Saab, de 51 anos, foi preso em 2020, em Cabo Verde, a caminho do Irã, para onde havia sido enviado para negociar acordos petrolíferos em nome do governo de Maduro. As acusações dos EUA eram de conspiração para lavar dinheiro ligado a um esquema de suborno que desviou US$ 350 milhões por meio de contratos estatais para a construção de moradias populares na Venezuela.
Saab também teria chefiado um esquema de corrupção que beneficiava aliados de Maduro em contratos de importação de alimentos. O acordo desta semana fez com que o chavismo libertasse 21 venezuelanos dissidentes, incluindo Roberto Abdul, ativista pró-democracia. Washington realizou outras trocas com a Venezuela. A mais notável ocorreu em 2022, quando sete americanos foram libertados em troca de dois sobrinhos da mulher de Maduro, presos nos EUA por narcotráfico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e das agências de notícias AP e AFP.