Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2015
Integrantes de uma família suspeita de produzir e comercializar medicamentos sem registro foi presa em Sobradinho, no Distrito Federal. O laboratório funcionava em Conchal, no interior de São Paulo, onde produziam supostamente cápsulas de fosfoetanolamina, substância usada no tratamento alternativo do câncer, mas que não foi testada em humanos e não tem registro para venda no Brasil. Porém, as drogas produzidas eram falsas.
Dois irmãos e o filho de um deles foram detidos. Cada frasco com os comprimidos era vendido por até 180 reais. Conforme a Polícia Civil, a fórmula para a produção da fosfoetanolamina teria sido furtada de um laboratório da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos (SP) pelo químico que coordenava o grupo produtor. Testes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), em São Paulo, apontaram que a droga vendida pela família era falsa. O estudo comparou mostras do composto produzido no campus da USP de São Carlos e o fabricado em Conchal. “Não são a mesma coisa”, informou o pesquisador Gilberto Chierice, coordenador das pesquisas com o composto, que avaliou o resultado do estudo.
Chierice disse que existia uma grande quantidade de amido nas cápsulas vendidas pelo grupo desmontado pela polícia, com dez vezes menos fosfoetanolamina que o estudado pela USP. “Você não pode dar para uma pessoa amido, derivado da farinha, e ter o mesmo efeito do que uma molécula como essa, que é bioativa.”
Em outubro, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um grupo de trabalho para estudar o composto químico fosfoetanolamina. Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a substância é apontada como cura para diversos tipos de câncer. (AG)