Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2016
A defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza propôs aos procuradores da Operação Lava-Jato, em Curitiba (PR), um acordo de delação premiada em troca de benefícios em eventuais novos processos e mesmo redução da pena de 37 anos de prisão que cumpre por participação no esquema do mensalão. Valério, por meio de seu advogado Marcelo Leonardo, afirma que está disposto a revelar elos entre os dois escândalos.
A defesa de Valério levou a proposta aos procuradores do Paraná nos últimos dias do ano passado. Entretanto, o caso terá de ser analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pois todos os réus do mensalão foram julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), inclusive os que não possuíam foro privilegiado.
Ao pedir a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, a força-tarefa da Lava-Jato citou um trecho do depoimento de Valério em setembro de 2012 à PGR (Procuradoria-Geral da República). Na ocasião, na reta final do julgamento no STF, o empresário mineiro tentou, sem sucesso, um acordo de delação premiada – um mês depois, a Corte o condenou a 40 anos de prisão, pena reduzida posteriormente com a anulação da sentença pelo crime de formação de quadrilha.
Valério afirmou, na época, que foi informado pelo ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira que o pecuarista havia captado empréstimo de 6 milhões de reais no Banco Schahin e posteriormente ficou sabendo que esse montante foi transferido para Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André (SP) que estaria chantageando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no episódio envolvendo o assassinato do ex-prefeito da cidade Celso Daniel (PT), em 2002. (AE)