Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2016
A PF (Polícia Federal) suspeita que os pagamentos a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, estejam relacionados à suposta compra de medidas provisórias investigada pela Operação Zelotes, e também ao negócio dos caças suecos Gripen, da Saab, conduzido pela Força Aérea Brasileira e fechado pelo governo federal na primeira gestão de Dilma Rousseff.
Em depoimento à PF no inquérito que apura a suposta compra de MPs (medidas provisórias) no governo, o ex-presidente Lula negou que tivesse ocorrido eventual combinação com empresários para viabilizar normas de interesse de montadoras de veículos em sua gestão. Disse que, se tivesse havido, isso seria “coisa de bandido”.
Em dez páginas de declarações aos investigadores da Zelotes, o petista ressaltou que não foi avisado pelo filho de que ele havia sido contratado por 2,5 milhões de reais por um dos acusados de operar esquema de lobby e corrupção para favorecer o setor automobilístico. No mesmo termo, a PF indicou que há suspeitas de que os repasses podem estar relacionados à compra de caças pela Aeronáutica.
Os valores foram repassados entre 2014 e 2015 à LFT Marketing Esportivo, que pertence ao empresário, pela Marcondes e Mautoni Empreendimentos, que tem como sócios os lobistas de montadoras Mauro Marcondes Machado e sua mulher, Cristina Mautoni. Os dois estão presos.
Perguntado se os repasses a Luís Cláudio foram alguma contraprestação por serviços prestados pelo ex-presidente à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças, Lula respondeu que nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo. (AE)