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Notícias Reforma ministerial pode afastar Lula do Congresso

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Interlocutores do Planalto avaliam que o ritmo de execução de projetos seguirá o mesmo. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A reforma ministerial iniciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as trocas na última semana nas pastas da Saúde e de Relações Institucionais não deve ser suficiente para resolver os problemas enfrentados pela gestão do petista, na visão de aliados. Ao contrário, entre integrantes do governo e congressistas há um receio de que a indicação de Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política sinalize um movimento de fechamento do governo em torno do PT e torne ainda mais difíceis as articulações no Legislativo.

Interlocutores do Palácio do Planalto também veem dificuldades para a amarração de alianças com vistas a 2026, diante da queda de popularidade do chefe do Executivo, e avaliam que o ritmo de execução de projetos seguirá o mesmo, em meio a travas impostas pela Casa Civil.

Apesar da possibilidade de Glesi assumir a SRI ter sido noticiada há pelo menos uma semana, pessoas próximas a Lula não acreditavam nessa possibilidade por causa do impacto negativo que a nomeação teria tanto no mercado financeiro como entre parte de políticos de centro, o que acabou acontecendo. O dólar atingiu R$ 5,91, com alta de 1,5%, após a divulgação da notícia.

Uma liderança petista próxima a Lula diz que a nova ministra da articulação política tem um perfil que não se encaixa nas exigências do cargo que irá ocupar. Suas maiores habilidades, segundo esse aliado, não são a negociação e a mediação e, sim, o combate e a defesa dos interesses da esquerda. Lembra também que ela tem muitas arestas por toda a Esplanada.

Bom trânsito

Defensores de Gleisi no PT contra argumentam que, apesar de ter assumido posições firmes no período em que esteve no comando do partido, a indicada por Lula para liderar a relação com o Congresso tem um bom trânsito no mundo político porque cumpre acordos. Lembram que ela possui relações próximas com diversas lideranças partidárias, entre elas Gilberto Kassab, presidente do PSD, e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Além disso, a escolha também consolida o enfraquecimento interno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar das perspectivas de uma mudança de postura na nova função, Gleisi carrega um histórico de liderar as críticas do partido à política econômica nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula.

Casa Civil

Apesar de as demais mudanças ainda não terem sido definidas, dificuldades que os ministros relatam enfrentar na Casa Civil, por exemplo, vão persistir, já que Rui Costa será mantido pelo presidente. Os titulares das pastas se queixam, principalmente, que os seus projetos não andam quando chegam na pasta responsável pela coordenação das ações do governo. Também reclamam da forma de tratamento por parte do colega.

A reforma também não deve amarrar apoios para a eleição de 2026, como desejado anteriormente. O objetivo inicial do governo era atrelar os partidos à candidatura seja de Lula ou de um indicado pelo petista, mas as legendas não querem se comprometer diante da queda de popularidade da da gestão acentuada nas últimas pesquisas.

Mudanças anteriores, como a entrada de ministros do Centrão em setembro de 2023, também não resolveram todos os problemas que preocupavam na época o governo, que continuou, por exemplo, tendo dificuldades no Congresso. Na época, Lula integrou o PP e o Republicanos ao governo. André Fufuca (PP) foi nomeado para o Ministério do Esporte e Silvio Costa Filho (Republicanos) para a pasta de Portos e Aeroportos.

Mudança de postura

Um antigo aliado de Lula na Câmara entende que a relação com o mundo político só vai mudar se o próprio presidente voltar a ter o contato frequente com os congressistas como ocorria em seus dois primeiros mandatos. Além disso, o entendimento é que o petista tem ouvido pouco.

Ainda não está certo se Lula vai atender o pleito da bancada do PSD na Câmara por mais espaço. O partido se sente pouco representado com o Ministério da Pesca, comandado por André de Paula — o partido está à frente também da Agricultura, com Carlos Fávaro, e de Minas e Energia, com Alexandre Silveira.

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https://www.osul.com.br/reforma-ministerial-pode-afastar-lula-do-congresso/ Reforma ministerial pode afastar Lula do Congresso 2025-03-03
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