Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 4 de maio de 2025
Uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça frustrou um plano de ataque a bomba que teria como alvo o show da cantora Lady Gaga, ocorrido no sábado (3). Um dos principais alvos da ação, apontado como líder do grupo, foi preso em flagrante em Novo Hamburgo (Vale do Sinos), por porte ilegal de arma de fogo. Segundo o Tribunal de Justiça, ele foi solto após pagar fiança.
No Rio Grande do Sul, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Sebastião do Caí e em Novo Hamburgo. Outros 15 foram executados nas cidades fluminenses de Niterói, Duque de Caxias e Macaé. No Rio, um adolescente foi apreendido por armazenamento de pornografia infantil. Em Macaé, outro suspeito foi localizado com ameaças gravíssimas, incluindo a de matar uma criança ao vivo.
Além disso, os policiais também cumpriram mandados nos municípios de Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso. Os agentes apreenderam dispositivos eletrônicos e outros materiais para perícia.
As investigações revelaram que os envolvidos planejavam usar explosivos improvisados e coquetéis molotov como parte de um “desafio coletivo”, com o objetivo de obter visibilidade nas redes sociais. O grupo investigado também promovia discursos de ódio e incentivava crimes contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
A Polícia Civil identificou ainda tentativas de recrutamento de adolescentes para participação direta nos ataques. A ação criminosa foi considerada uma ameaça real à segurança pública e à integridade física dos frequentadores do evento.
A operação Fake Monster foi deflagrada por equipes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e da 19ª DP (Tijuca), em conjunto com o Ciberlab — o Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Também participaram da ação a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e policiais civis de outros estados.
Recrutamento digital
De acordo com as autoridades, os alvos usavam plataformas digitais para radicalizar adolescentes, disseminar discursos extremistas e incentivar práticas ilegais como automutilação, pedofilia e terrorismo. O conteúdo era divulgado como forma de “desafio” e pertencimento entre jovens vulneráveis, numa estratégia já observada em fóruns radicais internacionais.
A operação foi conduzida de forma discreta e sem impactos diretos ao público do show, que ocorreu normalmente. O material apreendido, incluindo dispositivos eletrônicos e documentos, será periciado para aprofundar as investigações.