Segunda-feira, 05 de maio de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Candidatura de Dirceu à Câmara gera apreensão entre petistas. Temor é de que, apesar do aval de Lula, estratégia tire votos de outros nomes da legenda em vez de atrair mais eleitores para o partido

Compartilhe esta notícia:

Dirceu, que foi deputado federal de 1999 a 2005, disputaria eleitores contra seus próprios correligionários. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro da Casa Civil no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Dirceu não assumiu publicamente, mas quer retornar à Câmara dos Deputados em 2027, de onde está afastado há 20 anos, cassado por conta do mensalão. A candidatura conta com o incentivo do próprio Lula, mas desperta dúvidas entre petistas. Além de dar munição a opositores pela imagem relacionada às condenações, ponderam alguns, há o diagnóstico em parte do partido de que a postulação seria mais uma reverência interna do que uma estratégia eleitoral eficaz, porque falaria a um nicho ideológico, mas sem trazer mais votos para o partido.

Dirceu, que foi deputado federal de 1999 a 2005, disputaria eleitores contra seus próprios correligionários. Sobretudo os que, como ele, têm uma base mais dispersa no território paulista. Um parlamentar do PT menciona, sob condição de anonimato, o risco de o ex-ministro afetar candidaturas como a do deputado federal Rui Falcão, que aceitou a briga pela presidência do PT contra Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), o nome preferido de Lula.

Oriundo do movimento estudantil na ditadura, como Dirceu, e uma das lideranças do partido na década de 1980, Falcão já exerceu a presidência do partido por seis anos e foi um dos responsáveis por trazer de volta à legenda Marta Suplicy, além de indicá-la como vice na chapa derrotada de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo no ano passado. O deputado diz que a candidatura do ex-ministro não causa desconforto na bancada federal e que ele tem o “direito de ir às urnas”. Dirceu não atendeu aos pedidos de entrevista.

Na bancada paulista do PT, políticos como Alencar Santana, de Guarulhos (SP), Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho, e Kiko Celeguim, ex-prefeito de Franco da Rocha (SP), apresentam um voto mais regionalizado, em tese mais imune ao apelo do “comandante”, como Dirceu é conhecido. Já Arlindo Chinaglia, deputado federal de sete mandatos, e Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, têm um mapa de eleitores que se assemelha mais à situação de Falcão e entrariam na disputa direta com José Dirceu.

Articuladores do partido dizem que Dirceu tem respaldo para buscar a vaga de deputado, o que já foi explicitado por Lula em reunião interna sobre a sucessão da ministra Gleisi Hoffmann no comando do PT. A justificativa é que ele nunca se afastou da sigla e da construção política ao longo dos anos, continua respeitado e está apto perante à Lei da Ficha Limpa para retornar ao Congresso.

Na comemoração de seus 79 anos ao lado de apoiadores e militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em março, em São Paulo, Dirceu confirmou o pedido de Lula para que , além de trabalhar pela eleição de Edinho à presidência do PT, estudasse a possibilidade de se candidatar a deputado federal.

Nos bastidores, há quem defenda que Dirceu tente o Senado. Seria uma estratégia arriscada, uma vez que o partido não elege um senador no estado desde 2010, com Marta Suplicy.

Encontros políticos

Enquanto não há uma decisão formal sobre a candidatura, Dirceu promove encontros com políticos e aliados e busca reorganizar as bases do PT no estado. Em um evento do Prerrogativas, grupo de advogados próximo a Lula liderado por Marco Aurélio de Carvalho, realizado no início de abril na PUC-SP em alusão aos 61 anos do golpe militar, o ex-ministro afirmou que a direita “sabe o que quer”, mas a esquerda não.

Segundo o deputado estadual Mário Maurici (PT), que se encontrou com Dirceu em março, ele está mais preocupado com o partido no interior. Para o ex-ministro, enquanto igrejas evangélicas e movimentos como o Rotary Club, de viés mais conservador, têm grande capilaridade, faltam organizações sociais e alinhadas com a esquerda.

Quem pode ser afetado em 2026 se o ex-ministro entrar na disputa

Rui Falcão: Ex-militante do movimento estudantil na ditadura como Dirceu e uma das lideranças históricas do partido na década de 1980, já exerceu a presidência do PT por seis anos. Foi um dos responsáveis por trazer Marta Suplicy de volta à legenda e indicá-la como vice na chapa derrotada de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo.

Arlindo Chinaglia: Deputado federal por sete mandatos, chegou a comandar a Câmara entre 2007 e 2009. Também já presidiu a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Médicos em São Paulo. É um dos apoiadores à candidatura de Falcão como presidente do PT contra Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, tido como favorito e apoiado pelo presidente Lula.

Paulo Teixeira: O deputado se licenciou do cargo no início de 2023 para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas já decidiu que no ano que vem tentará a reeleição na Câmara, onde está desde 2007. Antes, foi deputado estadual e vereador na capital paulista. As informações são do portal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Troca em ministério não muda status de crise, e Planalto mantém INSS sob intervenção
Polícia frustra ataque a bomba a show de Lady Gaga; um homem do Rio Grande do Sul estava envolvido
https://www.osul.com.br/candidatura-de-dirceu-a-camara-gera-apreensao-entre-petistas/ Candidatura de Dirceu à Câmara gera apreensão entre petistas. Temor é de que, apesar do aval de Lula, estratégia tire votos de outros nomes da legenda em vez de atrair mais eleitores para o partido 2025-05-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar