Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2025
Julgamento popular realizado em Porto Alegre teve como desfecho, nessa sexta-feira (16), a condenação de um empresário a 19 anos e seis meses de prisão. Acusação: feminicídio. Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), em maio de 2018 ele matou a companheira com um tiro no rosto, dentro de um apartamento no bairro Floresta, Zona Norte da Capital.
O homem tinha 34 anos e a mulher apenas 18, além de ser mãe de um bebê de 1 anos. A jovem foi morta porque o ex não aceitava o fim do relacionamento, fato considerado como um dos três agravantes: motivo torpe (fútil). Já os outros dois qualificantes para aumento da pena foram o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e o próprio feminicídio em si.
Com a palavra…
A acusação do MPRS foi feita pelos promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Francisco Lauenstein, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) da instituição. Lúcia Helena declarou, após o fim dos trabalhos no tribunal:
“Violência contra a mulher é uma violência gratuita, é contra toda a sociedade. A vítima deste caso era uma menina de 18 anos que tinha todo um futuro, que tinha um filho de um ano e que foi morta brutalmente dentro de casa. Ela era vítima de uma violência constante e que não registrava”.
A promotora acrescentou: “Então, primeiro, eu digo contra o ditado que em briga de marido e mulher, as pessoas têm sim que meter a colher, as pessoas têm que fazer alguma coisa. Mas, em segundo, eu também digo que a violência contra a mulher não se extingue assim. Temos que mudar paradigmas da sociedade e, para isso, temos que condenar aqueles que fazem esses crimes bárbaros. Hoje eu vi mais uma mãe de luto. Esse julgamento tem que servir de exemplo para que outras mães não tenham o mesmo sofrimento e para mostrar que crimes assim não são mais tolerados”.
(Marcello Campos)