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Brasil SUS deve adotar tratamento de queimaduras com técnica que ajudou vítimas da Boate Kiss

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O objetivo, segundo a proposta, é ter uma alternativa acessível e segura aos curativos convencionais.

Foto: Divulgação/SantaCasaPOA
O objetivo, segundo a proposta, é ter uma alternativa acessível e segura aos curativos convencionais. (Foto: Divulgação/SantaCasaPOA)

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão do Ministério da Saúde, recomendou que o uso da membrana que envolve o feto para tratar queimaduras seja adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) Embora recomendada só agora, a tecnologia foi utilizada sob caráter emergencial durante o acidente na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013. À época, países onde a prática já era legalizada doaram membranas amnióticas à Santa Casa de Porto Alegre, que tratou os feridos.

A decisão da pasta deve ser publicada no Diário Oficial da União em 180 dias. Parte da placenta, a membrana amniótica será coletada em partos cesarianos com autorização da mãe. O objetivo, segundo a proposta, é ter uma alternativa acessível e segura aos curativos convencionais, além de reabastecer os bancos de tecidos de pele humana, que hoje suprem apenas 40% da demanda por pele no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras a cada ano.

Diretor do Banco de Tecidos do hospital e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Eduardo Chem liderou a iniciativa durante o incidente. Ele afirma que a quantidade de doações superou a de vítimas e, portanto, os tecidos foram estocados pelo hospital.

Em casos de grandes queimaduras, explica o médico, o tecido morto precisa ser retirado. No entanto, se a ferida ficar aberta, a chance de contaminação é de 100%. Para cobrir esse ferimento, pode ser usada pele sintética –cujo valor é muito alto, segundo Chem– e pele humana advinda do banco de tecidos, que é escassa. Agora, chega a opção da membrana amniótica.

“Os quatro bancos de tecidos que existem no Brasil não suprem nem 40% da demanda por enxerto de pele. Com a membrana amniótica, que é descartada na hora do parto, será possível suprir essa carência”, explica o cirurgião.
Após coletada, a membrana passará por análise microbiológica, triagem e exames sorológicos. Os tecidos alterados serão descontaminados para que o uso seja seguro. Por isso, só serão captadas membranas de partos cesarianos, por meio dos quais o risco de contaminação é menor.

“Hoje, o processo de coleta de pele humana é muito complexo. Quando doada, a pele vem bastante contaminada –geralmente, tem resquícios de pólvora, de asfalto– e o custo para descontaminar esse tecido é muito alto. Já a membrana vem esterilizada dentro do ventre materno. Além disso, a mãe já passou por um pré-natal, o hospital tem dados como tipagem sanguínea e outras sorologias importantes, reduzindo o custo para que essa membrana seja utilizada”, diz.

Chem afirma, ainda, que o índice de doação de pele é baixíssimo: para cada seis doadores de rim, há um doador de pele.

“A gente ouve muito ‘não’. Abordar pessoas que acabaram de perder um familiar é difícil, ainda mais para pedir a doação de pele. É bem diferente de abordar uma mãe que acabou de dar à luz e pedir uma membrana que já seria descartada. Com certeza, teremos mais ‘sins’.”

Em países onde o uso da membrana amniótica é aprovado para tratar queimaduras, é regulamentado também o uso para outros tipos de procedimento:

– Em cirurgias oftalmológicas para tratar lesões oculares.
– Em cirurgias realizadas em pacientes diabéticos, cuja cicatrização é prejudicada.
– No tratamento de endometriose.
– Em cirurgias vasculares.

Chem afirma que, no Brasil, a aprovação para uso em procedimentos similares deve acontecer em breve. Atualmente, a utilização é analisada caso a caso via consultas públicas. As informações são do portal de notícias g1.

 

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