Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2025
A Moody’s Ratings, uma das principais agências de classificação de “bom pagador”, rebaixou na sexta-feira (16), os ratings (classificação) de emissor de longo prazo e sênior sem garantia dos Estados Unidos de “AAA” para “AA1” e alterou a perspectiva de negativa para estável.
O rebaixamento, de acordo com a Moody’s, reflete o aumento de mais de uma década da dívida do governo e dos índices de pagamento de juros para níveis significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante.
“As sucessivas administrações e o Congresso dos EUA não conseguiram chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos de juros crescentes. Não acreditamos que reduções plurianuais significativas nos gastos obrigatórios e nos déficits resultarão das atuais propostas em consideração”, explica a agência de classificação de risco.
A Moody’s aponta, na próxima década, déficits maiores à medida que os gastos com direitos aumentam, enquanto a receita do governo permanece praticamente estável.
“Prevemos que o ônus da dívida federal dos EUA aumentará para cerca de 134% do PIB até 2035, em comparação com 98% em 2024”, diz a agência, acrescentando que, apesar de desacelerar no curto prazo, o crescimento do PIB de longo prazo dos EUA não deve ser afetado de forma significativa pelas tarifas.
A perspectiva estável reflete os pontos fortes de crédito excepcionais, incluindo o dólar como moeda reserve dominante, e a Moody´s espera que o país continue com seu longo histórico de política monetária eficaz, liderada por um Federal Reserve (Fed) independente.
Entenda
A nota de crédito é dada por agências de classificação de risco para países que emitem dívida e serve, basicamente, como um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes — ou seja, é o que indica a capacidade de um país de honrar os pagamentos de suas dívidas.
Essa nota é geralmente representada por letras, números e sinais matemáticos, e vão normalmente de D — que é a nota mais baixa — até a classificação AAA, que é a nota mais alta.
As notas ainda são classificadas em dois grupos principais: grau especulativo e grau de investimento. É a partir dessa nota de risco que os investidores podem avaliar se compensa investir capital naquele país, se existe chance de ganhos que compensem o risco de perder o capital investido — e se a economia desse país é estável ou instável. As informações são do portal Estadão.