Por Redação O Sul | 20 de maio de 2025
Cerca de 3 mil pessoas permanecem fora de casa e três indivíduos continuam desaparecidos após as intensas chuvas que atingiram a província de Buenos Aires, na Argentina, entre os dias 17 e 18 de maio. As inundações afetaram severamente o norte da província, além da capital Buenos Aires e sua vasta área metropolitana, onde vivem cerca de 15 milhões de pessoas.
De acordo com comunicado divulgado no último domingo (18) pelo governo provincial, “atualmente, há 2.938 evacuados em 21 municípios”. O número representa uma queda significativa em relação ao pico registrado na noite de sábado (17), quando o total de desalojados superava o dobro desse volume.
A nota oficial também informou que as forças de segurança seguem mobilizadas na busca por três pessoas desaparecidas. Entre elas, um casal que foi visto cavalgando na cidade de Rojas antes de desaparecer, além de um idoso de 78 anos, que teria sido visto pela última vez enquanto transitava pela Rota 41. “As forças de segurança estão procurando três pessoas: um casal que andava a cavalo na cidade de Rojas e um homem de 78 anos que estava viajando pela Rota 41 (…)”, detalha o comunicado.
Com o recuo das águas, parte dos evacuados começou a retornar para suas casas neste domingo. “Após a tempestade da noite passada (sábado), a água está recuando em todos os setores e as pessoas estão começando a voltar para suas casas”, informou o governo da província.
Em resposta à emergência, tanto o governo nacional quanto o provincial coordenaram ações conjuntas, mobilizando equipes de resgate, brigadistas, veículos especializados e apoio logístico. Colchões, cobertores, roupas secas, alimentos e água potável foram enviados às regiões mais atingidas.
O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, atribuiu o fenômeno às mudanças climáticas. “Esse evento é absolutamente extraordinário, é o clima, ele está mudando; chama-se mudança climática”, afirmou em entrevista à Crónica TV no sábado. Ele também relembrou as graves inundações de março em Bahía Blanca, no sul da província, e alertou: “há lugares inundados onde isso nunca aconteceu”.
Especialistas confirmam a gravidade do evento. Cindy Fernández, meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, explicou à AFP que “a precipitação normal em maio é de cerca de 70 a 80 milímetros durante todo o mês”. Contudo, desta vez, o volume de chuvas foi excepcional. “O fenômeno climático que inundou o norte da província foi cinco vezes maior do que o normal”, ressaltou.
