Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2025
A Neuralink, do bilionário Elon Musk, ganhou mais um concorrente na pesquisa sobre implantes cerebrais. A empresa americana Paradromics afirmou nessa semana que fez o primeiro teste com seu chip em um humano.
Em menos de 20 minutos, o chip Connexus foi implantado e removido do cérebro de um paciente que não teve sua identidade revelada. O teste usou técnicas familiares para neurocirurgiões e permitiu registrar sinais cerebrais, disse a empresa.
Segundo a Wired, o experimento foi realizado em 14 de maio e envolveu um implante no lobo temporal, área do cérebro responsável por funções como memória e audição.
A companhia disse que seu chip usa inteligência artificial para ler sinais cerebrais. O dispositivo foi criado para entender se o paciente quer falar com ajuda de máquinas, escrever ou mover o cursor de um mouse na tela, de acordo com a Wired.
A Paradromics diz que seu chip foi criado para recuperar a comunicação de pessoas com deficiências motores graves, causadas por quadros como esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral e lesão de medula espinhal.
O implante foi feito na Universidade de Michigan pelo neurocirurgião Matthew Willsey e uma equipe de clínicos e biomédicos, durante uma cirurgia em um paciente com epilepsia.
Para o médico, o experimento foi um passo importante para fornecer tratamento adequado para pacientes com necessidades graves que não foram atendidas.
“Meu laboratório está pesquisando como podemos usar plataformas de interface cérebro-computador mais avançadas, como a Connexus, para desenvolver a próxima geração de dispositivos de assistência motora e de fala”, afirmou.
Paradromics e Neuralink
Com o anúncio do seu primeiro teste, a Paradromics se aproxima da Neuralink, que já disse ter realizado dois implantes de chips cerebrais em humanos, ambos ainda em 2024.
As duas empresas desenvolveram as chamadas interfaces cérebro-computador com capacidade de registrar atividades no nível de neurônios individuais, o que melhora a qualidade do sinal recebido.
O modelo da Paradromics usa 420 pequenas agulhas que são eletrodos para registrar atividade neural quando estão ligadas ao cérebro. O modelo da Neuralink, por sua vez, usa 64 fios finos que somam mais de 1.000 eletrodos para a mesma tarefa.
Empresas concorrentes como a Neuroscience e a Synchron registram sinais de grupos de neurônios, e não de neurônios individuais.
A Paradromics foi fundada em 2015 e já realizava estudos pré-clínicos há três anos. A empresa planeja iniciar um ensaio clínico no final do ano para estudar efeitos a longo prazo e a segurança do chip, mas aguarda aprovação de reguladores.