Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2025
Licenciado do cargo desde março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não quer retornar ao Brasil. Em suas redes sociais, o parlamentar manifestou apoio, na última quinta-feira (5), a um pedido feito por colegas para que ele possa exercer o mandato parlamentar a partir do exterior — algo que atualmente não está previsto no regimento interno da Câmara dos Deputados.
A proposta foi formalizada na última segunda-feira (2), quando o deputado Evair de Melo (PP-ES) encaminhou um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitando a possibilidade de Eduardo continuar desempenhando suas funções parlamentares mesmo fora do território nacional. No documento, Melo argumenta que o exercício do mandato por Eduardo Bolsonaro “encontra obstáculo em caráter excepcional, diante de circunstância de notório e fundado receio de prisão arbitrária”.
O próprio Eduardo classificou a medida como um “aperfeiçoamento” das normas internas da Casa, mencionando como precedente o período da pandemia de covid, quando os parlamentares foram autorizados a registrar presença e votar de forma remota. “Seria uma defesa, seria algo muito bem-vindo. Espero que o líder da minoria, deputado Zucco (PL-RS), consiga coletar as assinaturas para um requerimento de urgência”, declarou o deputado, demonstrando apoio à iniciativa que busca alterar as regras atuais.
Eduardo está nos Estados Unidos desde março e, na ocasião, solicitou uma licença de 120 dias do mandato. O prazo dessa licença se encerra no dia 18 de julho. Caso não retorne ao Brasil até o dia seguinte, poderá enfrentar sanções internas, que incluem até a perda do mandato, conforme as normas da Câmara dos Deputados.
À época de sua saída, o deputado justificou o afastamento alegando que ele e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, são “perseguidos politicamente” no Brasil. Desde então, Eduardo tem utilizado sua permanência nos Estados Unidos para tentar angariar apoio de autoridades e parlamentares estrangeiros. Seu objetivo, segundo ele mesmo declarou, é defender a imagem de Jair Bolsonaro e questionar a forma como o ministro Alexandre de Moraes está conduzindo a investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, atualmente em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, Eduardo também tem feito apelos a favor da aplicação de sanções por parte do governo americano contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio Moraes. Essa atuação levou o STF a abrir um inquérito contra ele, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga possíveis crimes como coação no curso do processo, obstrução de Justiça e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Eduardo nega qualquer ilegalidade em sua conduta. (Com informações do Valor Econômico)