Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2025
Os líderes dos países do G7, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reúnem nas Montanhas Rochosas do Canadá, para realizar uma cúpula marcada pelos intensos ataques entre Israel e Irã.
O encontro de três dias na localidade de Kananaskis marcará o retorno de Trump ao cenário diplomático, depois de, desde o início de seu segundo mandato no final de janeiro, ter sacudido o tabuleiro internacional com sua tentativa de impor novas regras.
O republicano chegou ao Canadá apesar de ter menosprezado seu vizinho do norte com seus constantes apelos para que o país se tornasse o 51º estado dos Estados Unidos.
As tensões bilaterais foram amenizadas desde abril, quando Mark Carney substituiu Justin Trudeau como primeiro-ministro canadense. Trudeau era admirado no cenário mundial, mas Trump não escondia seu desprezo.
Carney tem uma reunião prevista para a manhã de segunda-feira com o presidente americano, segundo um funcionário canadense. Ele já se encontrou neste domingo, em Ottawa, com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
O líder canadense organizou este encontro do G7 com o objetivo de atenuar as diferenças entre sete das principais economias avançadas do mundo: Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Japão e Estados Unidos.
No entanto, segundo um diplomata, o Canadá está consultando os Sete para fazer um apelo conjunto pela “desescalada” entre Israel e Irã.
Dois dias antes do início da cúpula, Israel surpreendeu o mundo com uma campanha militar para acabar com o programa nuclear iraniano, à qual Teerã respondeu lançando centenas de mísseis e drones contra o território israelense.
“Solução negociada”
A nova crise pode dividir os líderes do G7. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse à imprensa em Kananaskis que conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e que ambos concordaram que o Irã era o responsável pelo conflito.
“É claro que acredito que uma solução negociada é, a longo prazo, a melhor solução”, afirmou, sem chegar a pedir um cessar-fogo imediato.
Trump elogiou os ataques de Israel, destacando que foram utilizadas armas americanas, apesar de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter ignorado seus apelos públicos para que se contivesse, já que Washington buscava uma solução negociada com o Irã.
As potências europeias mostraram-se cautelosas e se abstiveram de criticar Israel.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu moderação e instou o Irã a retomar as negociações com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que responsabilizou Teerã pela escalada de tensões devido ao seu programa nuclear.
O Japão, aliado histórico do Irã, denunciou os ataques de Israel como “completamente inaceitáveis e lamentáveis”.
Ucrânia
Outro dos conflitos que será tratado no Canadá é o da invasão russa à Ucrânia, que já dura mais de três anos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está entre os convidados e espera conversar com Trump, que o ridicularizou publicamente na Casa Branca em 28 de fevereiro.
Ao retornar à Casa Branca, Trump esperava que a Ucrânia fechasse rapidamente um acordo com a Rússia, mas sua frustração aumentou depois que o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou seus pedidos por uma trégua, ainda que temporária.
Trump conversou por telefone com Putin no sábado sobre os conflitos entre Israel e Irã e sobre a Ucrânia.
Von der Leyen também pediu ao Grupo dos Sete que vincule as crises do Irã e da Ucrânia, que foi afetada pelos drones vendidos à Rússia pela República Islâmica.
“O mesmo tipo de drones e mísseis balísticos projetados e fabricados no Irã estão atingindo indiscriminadamente cidades da Ucrânia e de Israel. Portanto, estas ameaças devem ser abordadas em conjunto”, afirmou. As informações são do portal Carta Capital.