Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2025
Alckmin ressaltou que os Três Poderes são independentes
Foto: Valter Campanato/Agência BrasilA decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de colocar tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve comprometer as negociações sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, afirmou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Ele deu a declaração após se reunir, na sexta-feira (18), com representantes dos setores de mineração e energia, dois segmentos que serão bastante afetados pelas medidas do governo de Donald Trump.
Em entrevista, o vice-presidente disse que o governo federal continuará apostando no diálogo e nas negociações. Alckmin ressaltou que os Poderes são independentes e que o Executivo não pode interferir em decisões do Judiciário.
“[A decisão de Moraes] não pode e não deve [afetar as negociações comerciais] porque a separação dos Poderes é a base do Estado, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Os Poderes são independentes. Não há relação entre uma questão política ou jurídica e a tarifária”, disse Alckmin.
O ministro não fez outros comentários sobre as medidas restritivas contra Bolsonaro, que incluem a proibição do uso das redes sociais e de sair de casa à noite e nos finais de semana e feriados.
O descumprimento de qualquer uma das determinações acarretará a prisão de Bolsonaro. Segundo Alckmin, a questão cabe exclusivamente ao Poder Judiciário.
OMC
Sobre uma eventual entrada de recurso do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio), citada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, Alckmin declarou que essa seria uma medida de último caso. “Reforçamos a disposição do Brasil para a negociação”, reiterou.