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Economia “Não vou me humilhar”: Lula rejeita ligar para Trump e diz que debaterá tarifaço com os Brics

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No evento, o presidente Lula voltou a dizer que se tiver condições de saúde, será candidato em 2026. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa quarta-feira (6), em entrevista à agência Reuters, que irá chamar os líderes da Índia, Narendra Modi, e China, Xi Jiping, para discutir uma resposta conjunta do Brics ao tarifaço de Donald Trump. Além dos três países, o grupo também tem Rússia e outras economias emergentes entre seus membros. A taxa de 50% sobre produtos brasileiros entrou em vigor nessa quarta.

“Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como é que cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão. Eu sou presidente dos Brics até dezembro e vou conversar com todas as pessoas, é da minha responsabilidade”, disse Lula.

A Índia também recebeu tarifa de 50%, essa sob a justificativa de importar produtos da Rússia. Já há uma ligação prevista entre Modi e Lula para esta semana. Enquanto a China tem negociações paralelas em andamento com os EUA.

Trump chamou o Brics de “antiamericano” e ameaçou as nações que participam dele, enquanto o grupo se reunia em uma cúpula no Rio de Janeiro.

“O que o presidente Trump está fazendo é tácito, ele quer acabar com o multilateralismo, em que os acordos se dão coletivamente numa instituição, e quer criar o unilateralismo em que ele negocia sozinho com outro país. Qual é o poder de negociação que tem um país pequeno com os Estados Unidos na América do Norte? Nenhum”, disse Lula.

“Não vou me humilhar”

Lula disse ainda que não enxerga espaço para negociar diretamente com o Trump, pois afirmou rejeitar uma “humilhação” em uma conversa com o governo americano.

“Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar. Um presidente da República não pode ficar se humilhando para outro. Eu respeito todo mundo, eu exijo respeito comigo. Eu adoro respeitar as pessoas, e adoro ser respeitado”, destacou o presidente brasileiro.

Lula falou em “ameaças” na carta em que Trump anuncia as tarifas, publicada há um mês.

“Não liguei porque ele não quer telefonema, não vou entrar numa análise do porquê o Trump falou aquilo. Eu não tenho porque ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que mandou das decisões ele não fala em nenhum momento em negociação, só fala em mais ameaças”, disse Lula à Reuters.

Segundo o presidente, o Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas, e vai insistir nas negociações sobre o tarifaço via o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Críticas

O presidente brasileiro também criticou o conteúdo da nota em que Trump anuncia as tarifas sobre o Brasil. Lembrou que os EUA têm superávit na relação comercial e disse que o Brasil é soberano nas relações comerciais.

“Espera aí, esse país é soberano, tem uma constituição, uma legislação, é da nossa obrigação regular o que a gente quiser regular, de acordo com os interesses e cultura do povo brasileiro”, afirmou. Ele acrescentou ainda que, “se não quiser regulação, sai do Brasil, não existe outro mecanismo, da mesma forma que lá nos EUA, uma empresa brasileira é obrigada a seguir a legislação americana, e na França é do mesmo jeito.

Governo vai à OMC

Sem um canal aberto de negociação com a Casa Branca, o governo brasileiro apresentou, nesta quarta-feira, um pedido de consulta à missão dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), sediada em Genebra (Suíça), sobre o tarifaço promovido por Donald Trump. Esse é o primeiro passo para uma ação na OMC contra as sobretaxas impostas pelos EUA a produtos brasileiros.

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