Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que continua a atuar nos Estados Unidos pelo aumento das sanções contra o Brasil após seu pai, Jair Bolsonaro, ter a prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei. Não sei se isso vai passar pela mesa do Trump ou pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Espero que haja uma reação nos próximos momentos”, declarou em entrevista ao jornal “O Globo”.
O tarifaço de 50% aplicado pelos EUA sobre as exportações brasileiras entrou em vigor nessa quarta-feira (6). A sobretaxa foi anunciada no dia 9 de julho em uma carta assinada pelo presidente Donald Trump. O decreto que oficializou a sobretaxa, assinado no dia 30, retirou cerca de 700 itens da lista. As exceções, no entanto, não incluem a carne e o café brasileiros.
Questionado se recebeu queixas do agronegócio – um dos mais prejudicados pelo tarifaço – ou críticas de outros segmentos, Eduardo respondeu que “até agora nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações”.
“Pelo contrário. Tenho recebido parabéns e tido muito apoio nas redes sociais. As pessoas entendem que há um sacrifício a ser feito e que o pior mal é essa ditadura de toga comandada pelo ministro Alexandre de Moraes”, ele disse.
Alvo de “perseguição”
O filho zero-três de Bolsonaro o parlamentar falou que só deixará os EUA se conseguir provocar a saída de Moraes do STF. Disse ainda que não vai renunciar ao seu mandato e que enviará um ofício à Câmara se colocando como alvo de “perseguições”.
Eduardo disse que está “rascunhando” um ofício para enviar ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a impossibilidade de retornar ao Brasil “devido a uma clara perseguição”. Afirmou ainda que vê margem para uma mudança de regimento, que o permitiria manter o mandato à distância e fazer as votações por meio eletrônico.
O deputado também declarou, em entrevista ao Globo, que só retornará ao Brasil se conseguir provocar a saída de Alexandre de Moraes do STF. “Se eu retornar, sei que vou ser preso.
Primeiramente, tenho que tirar o Alexandre de Moraes dessa equação, anular ele, isolá-lo”, disse. “Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio”, disse.
Motta e Alcolumbre
Eduardo voltou a dizer, na entrevista, que os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), “estão entrando no radar das autoridades americanas por não colocarem em pauta o impeachment de Moraes e o projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas. Todos eles estão no radar”, afirmou.
Em outra entrevista ao portal “Metrópoles”, Eduardo já havia ameaçado Motta e Alcolumbre com sanções do governo americano se não colocassem os dois temas em votação. Os presidentes da Câmara e do Senado também são pressionados por parlamentares bolsonaristas, que anunciaram obstrução aos trabalhos desde a terça-feira ocupam os plenários das duas Casas.
Eduardo também defendeu, na entrevista ao “Metrópoles”, aplicação da Lei Magnitsky a ministros do STF que eventualmente condenarem o ex-presidente Jair Bolsonaro em julgamento previsto para setembro.
Bolsonaro é réu no STF por crimes como tentativa de golpe de Estado.