Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2025
Os policiais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão em Eldorado do Sul e Charqueadas
Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoA Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (26), a Operação Segredo de Alcova com o objetivo de desarticular uma quadrilha que extorquia frequentadores de motéis após fotografar os seus veículos na saída desses estabelecimentos em Porto Alegre e na Região Metropolitana.
Os agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão em Eldorado do Sul e Charqueadas. Cinco bandidos foram presos. Durante a ofensiva, os policiais apreenderam documentos e telefones celulares.
O esquema iniciava com a vigilância e o registro fotográfico e em vídeo de veículos, principalmente de alto padrão, na entrada e saída de motéis. De posse dessas imagens, os criminosos utilizavam técnicas de engenharia social e aplicativos para obter dados pessoais das vítimas, como nomes completos, números de telefone e informações sobre seus familiares.
Em um segundo momento, os criminosos, passando-se por detetives particulares, contatavam as vítimas, principalmente por meio de um aplicativo de mensagens. Eles alegavam terem sido contratados pelos respectivos cônjuges para investigar uma suposta traição e ameaçavam expor o material fotográfico aos familiares. Para garantir o silêncio, exigiam pagamentos via Pix, cujos valores variavam, podendo chegar a até R$ 15 mil.
Até o momento, foram identificadas dez vítimas que registraram ocorrências policiais. O esquema era comandado de dentro de presídios.
Uma mulher de 27 anos foi identificada como uma das principais articuladoras do esquema fora do sistema prisional. Ela era a responsável por fotografar os veículos na saída dos motéis e, posteriormente, contatar as vítimas para exigir os pagamentos.
“Um detento de 32 anos, recluso em Charqueadas desde 2016, atuava como o coordenador técnico do golpe. De dentro da prisão, ele realizava as consultas de dados dos veículos e de seus proprietários. O investigado possui uma extensa ficha criminal, com passagens por extorsão, estelionato, homicídio doloso, roubo de veículo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito”, afirmou a Polícia Civil.
“Em outra unidade prisional de Charqueadas, a investigação identificou um núcleo que operava a partir de uma única cela. Três detentos atuavam em conjunto na execução das extorsões. Um deles possui antecedentes por roubo de veículo, homicídio doloso, estelionato e tráfico de entorpecentes. O outro acumula passagens por homicídio doloso, roubo, extorsão e organização criminosa. Por fim, o terceiro integrante do núcleo possui antecedentes por roubo de veículo e porte ilegal de arma, além de atos infracionais na adolescência por homicídio e tráfico”, prosseguiu a corporação.
