Sábado, 13 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2025
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a bancada da oposição recorrerá novamente à obstrução e pode organizar até um novo motim no plenário da Casa se Hugo Motta (Republicanos-PB) não colocar o projeto de lei da anistia a Jair Bolsonaro e todos os condenados por participação nos ataques golpistas de 8 de Janeiro em votação na semana que vem.
Nessa quinta (11), por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente e mais sete réus pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
“Já sabemos como é o plano de vingança e o sonho de Alexandre Moraes: é entregar ao presidente Lula uma foto do presidente Bolsonaro num presídio, que é pra eles usarem em campanha eleitoral no ano que vem”, declarou Cavalcante a jornalistas depois de deixar o plenário da CPMI do INSS, no Senado.
Para o líder do PL, seria um “desrespeito total” a Bolsonaro, como ex-presidente da República, se o STF determinasse o cumprimento da pena em regime fechado em um presídio comum, como o Complexo da Papuda, em Brasília.
Repetidamente, o deputado bolsonarista lembrou que, quando cumpriu pena de 500 dias de prisão, Lula ficou em uma sala na carceragem da superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
Entenda
Em reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parlamentares da oposição ao governo Lula ocuparam as Mesas Diretoras das duas Casas do Congresso. Na Câmara, o motim durou mais de 30 horas. A ocupação não tem respaldo no Regimento Interno da Câmara, que permite a obstrução dos trabalhos por outros meios. Por outro lado, o Partido Liberal (PL), principal legenda do motim, alegou, em nota, que a ocupação teve caráter “pacífico e legítimo”.
Motta precisou de mais de 30 horas de negociação para conseguir chegar à cadeira da presidência da Câmara. Sentou-se, fez um discurso de 17 minutos e, por várias vezes, reclamou do cerco imposto por um grupo de deputados no alto do plenário.
Alcolumbre precisou de mais tempo. Adiou a reabertura do Senado para a manhã desta quinta-feira. “Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento”, bravateou em nota pública. Em seguida, avisou que a sessão será virtual, para evitar mais constrangimentos da guerrilha parlamentar bolsonarista.