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Política Ministros apostam em “dobradinhas” e vídeo para mirar Luiz Fux em voto que selou a condenação de Bolsonaro

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Cármen Lúcia, Dino, Moraes e Zanin se revezaram para rebater teses que absolveram os réus. (Foto: Gustavo Moreno/STF)

A leitura do voto da ministra Cármen Lúcia no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quinta-feira (11), contou com “dobradinhas” com os colegas Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin para rebater a refutação dos crimes construída por Luiz Fux no dia anterior.

Quarta a votar, Cármen se juntou a Moraes e Dino e ampliou o placar pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros sete réus para três votos a um, isolando Fux no julgamento. No dia anterior, ele votara para absolver Bolsonaro e os demais réus, exceto Mauro Cid e Braga Netto.

Após Cármen abrir seu voto rebatendo as questões preliminares acolhidas por Fux, ela permitiu apartes dos outros três colegas com um bom humor destoante do ministro. Respondendo a Dino, ela disse que concederia permissão pois a intervenção está prevista no regimento – e que o diálogo entre os ministros “faz parte do julgamento”.

O recado tinha endereço. Na terça (10), Fux havia gerado rusgas com os demais ao lembrá-los de que não gostaria de ser interrompido durante a sua leitura, conforme combinado. A ininterrupção de um voto prolixo, que se estendeu por mais de 12 horas até perto da meia noite, tornou a leitura monótona, e os colegas demonstraram sonolência e irritação com a atitude.

A partir da permissão de Cármen, os ministros Dino, Moraes e Zanin fizeram intervenções para reforçar a acusação contra os réus e isolar, senão embaraçar, o voto de Fux que rechaçou o teor golpista da sequência de atos narrados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Moraes aproveitou o aparte para exibir um vídeo de Bolsonaro na manifestação do Sete de Setembro de 2021 em que ele ameaçou o STF, em discurso na Avenida Paulista, numa tentativa de coagi-los a arquivar os inquéritos que tinham ele e seus aliados como alvos. Naquela ocasião, Bolsonaro chegou a cobrar Fux, então presidente da Corte, a “enquadrar seus ministros”, num recado a Moraes, relator das investigações.

“Algum de nós permitiria, falaria que é liberdade de expressão, se o prefeito insuflar o povo contra o juiz da comarca? Qual recado queremos deixar para o Poder Judiciário brasileiro?”, afirmou Moraes, pela primeira vez a se manifestar desde o voto de Fux, num tom duro.

Presidente da Turma e que seria o próximo a votar, Zanin pediu aparte para dizer que a ameaça do então presidente da República pode ser considerado coação no curso do processo, que ocorre quando há o uso de violência ou grave ameaça para influenciar um processo judicial.

Em seguida, Moraes exibiu imagens do 8 de Janeiro, a invasão dos prédios dos Três Poderes por uma multidão de apoiadores de Bolsonaro que pediam intervenção militar.

Ele reafirmou o que vem falando nos últimos anos: que o episódio “não foi um domingo no parque, um passeio na Disney. Não foi combustão espontânea, não foram baderneiros descoordenados”. Ele afirmou ser importante observar o “desencadeamento de tudo”, já que não se tratam de fatos isolados – outro argumento usado por Fux no dia anterior.

“Aqui não está Mauro Cid, presidente. Não está Braga Netto, não está Garnier, presidente. Não está Ramagem. Aqui não está os demais réus, aqui está o líder da organização criminosa, que insuflava”, disse Moraes.

A declaração fazia outra referência à argumentação feita por Fux, segundo quem não há comprovação de que os réus absolvidos por ele participaram diretamente dos eventos golpistas como o 8 de Janeiro.

Dino, por sua vez, acabou rebatendo o argumento de Fux de que não haveria evidências para condenar os réus, ao afirmar que “no golpe de 1964 havia ainda menos provas documentais” do que foram encontradas para a tentativa de golpe entre 2021 e 2023.

Fux ficou imóvel e calado durante a leitura do voto de Cármen, permeado por gracejos entre os pares e mensagens direcionadas a ele. E chegou a deixar a sala por alguns minutos. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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