Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2025
O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou oficialmente sua saída do partido União Brasil, após um período de crescente tensão com a cúpula da legenda. Em declaração à CNN Brasil, Sabino afirmou que sua permanência no partido se tornou “insuportável”, apesar de reconhecer os vínculos e alianças construídas durante sua trajetória na sigla.
“A gente tem uma grande liderança no Estado (Pará) por esse partido e, em nível nacional também, nós temos muitos amigos, mas eu acredito que ficou realmente insustentável a minha permanência nesse partido”, declarou o ministro. A decisão ocorre em meio a um processo disciplinar aberto contra ele, após descumprir a orientação do União Brasil de deixar o governo federal, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sabino, que foi suspenso das atividades partidárias e afastado da presidência do diretório do partido no Pará, contesta as acusações que embasaram sua penalização. “Eu não devo nada, não fiz nada para merecer essa expulsão. Mas acredito que minha passagem política pelo União Brasil já deu o que tinha que dar”, completou.
A tensão se agravou após um embate público entre Sabino e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência da República. Na última quarta-feira (8), Caiado criticou duramente a permanência de membros do partido em cargos no governo federal, destacando a incompatibilidade dessa postura com a linha de oposição adotada pela legenda.
“Não se pode servir a dois senhores: ser soldado do Lula e, ao mesmo tempo, representar um partido que já declarou oposição ao governo”, afirmou o governador goiano.
Sabino rebateu com uma resposta irônica, citando uma frase que remete a um episódio histórico da política brasileira. “Quando ele atingir 1,5% nas pesquisas (para as eleições presidenciais de 2026), eu respondo”, disse o ministro, fazendo referência a uma provocação feita por Lula a Caiado durante um debate presidencial em 1989.
A saída de Sabino do União Brasil aprofunda a divisão interna do partido, que atualmente vive um impasse entre setores que defendem alinhamento com o governo federal e outros que reforçam o papel de oposição. A decisão do ministro deverá impactar o cenário político, especialmente nas articulações regionais e nas discussões sobre a fidelidade partidária. (Com informações de O Estado de S. Paulo)
