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Saúde Os compostos do chocolate podem ajudar a retardar o envelhecimento? Cientistas sugerem que sim; confira

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Pesquisadores acompanharam quase 600 homens e mulheres saudáveis na faixa dos 70 anos. (Foto: Reprodução)

Um suplemento diário de extrato de cacau rico em flavonoides reduziu um marcador-chave de inflamação crônica em idosos, de acordo com um importante ensaio clínico realizado nos EUA. O estudo oferece evidências raras de longo prazo de que compostos vegetais encontrados no cacau podem ajudar a combater o “inflammaging”, o aumento gradual da inflamação associado a doenças cardíacas, fragilidade e outras condições relacionadas à idade.

Pesquisadores acompanharam quase 600 homens e mulheres saudáveis na faixa dos 70 anos. Metade tomou cápsulas de extrato de cacau diariamente, enquanto o restante tomou pílulas placebo semelhantes. Amostras de sangue coletadas ao longo dos dois anos revelaram uma clara diferença entre os dois grupos: as pessoas que tomaram extrato de cacau apresentaram menor inflamação ao final do estudo em comparação com aquelas que tomaram placebo.

O suplemento utilizado no estudo continha flavonoides de cacau, compostos vegetais também encontrados no chocolate amargo. Mas, ao contrário das barras de chocolate, as cápsulas forneciam uma dose constante e concentrada, sem adição de açúcar ou gordura.

Os médicos costumam medir uma proteína no sangue chamada proteína C-reativa (PCR) para verificar se há inflamação oculta. Níveis mais altos de PCR significam mais estresse no corpo e maior risco de problemas cardíacos.

No grupo placebo, os níveis de PCR aumentaram lentamente durante o estudo, o que é típico com o envelhecimento. Aqueles com PCR de 10 mg/L ou mais, indicando risco cardiovascular muito alto, apresentaram reduções anuais de quase 38% em comparação com o placebo. Ao final de dois anos, as pessoas que tomaram o suplemento apresentaram níveis de PCR visivelmente mais baixos do que aquelas que não o tomaram.

A diferença pode parecer pequena no papel, mas pode ser muito importante para a saúde a longo prazo. Pesquisas anteriores sugerem que mesmo quedas moderadas na PCR podem se traduzir em menos ataques cardíacos, derrames e outras doenças relacionadas à idade.

O estudo também analisou alguns outros sinais do sistema imunológico. Um deles, chamado interferon-gama, aumentou ligeiramente no grupo do cacau. Embora tradicionalmente considerado pró-inflamatório, pesquisas mais recentes sugerem que essa molécula também pode ajudar a regular a atividade imunológica e limitar os danos aos tecidos durante a inflamação crônica.

Os autores do estudo alertam, no entanto, que o significado clínico desse aumento permanece incerto e requer mais estudos.

A inflamação é a maneira natural do corpo combater infecções e reparar danos. Em curtos períodos, ela é protetora. Mas, à medida que as pessoas envelhecem, a inflamação geralmente permanece ligada em um nível baixo, mesmo quando não há infecção para combater.

Esse estado “sempre ligado”, às vezes chamado de inflammaging, atua como um fogo de queima lentamente dentro do corpo. Com o tempo, pode danificar vasos sanguíneos, músculos, ossos e até mesmo o cérebro. Esse desgaste constante torna as pessoas mais vulneráveis ​​a doenças cardíacas, problemas de memória, fragilidade e outras condições comuns do envelhecimento.

Ao retardar o aumento da inflamação, o extrato de cacau pode ajudar o corpo a envelhecer mais suavemente. O efeito foi especialmente forte em participantes que começaram com níveis mais elevados de inflamação, sugerindo que pessoas com maior risco podem se beneficiar mais. Pesquisadores estimam que a redução observada corresponde a um risco de 7% a 23% menor de doenças cardiovasculares.

Pesquisas sobre chocolate e saúde não são novas, mas a maioria dos estudos anteriores durou apenas algumas semanas ou meses. Isso tornou difícil dizer se os compostos do cacau poderiam ter efeitos duradouros. Este estudo acompanhou pessoas por dois anos inteiros, dando aos cientistas uma visão mais aprofundada das mudanças lentas que se acumulam ao longo do tempo.

O estudo também foi amplo e cuidadosamente elaborado. Fez parte do estudo COSMOS, que incluiu mais de 21mil idosos para testar os efeitos a longo prazo do extrato de cacau e de multivitamínicos na saúde. Este subestudo se concentrou na inflamação e incluiu apenas participantes que permaneceram livres de doenças graves durante o estudo, de modo que os resultados não foram distorcidos por eventos repentinos de saúde.

Dito isso, comer chocolate não é o mesmo que tomar um suplemento de flavonoides. A maioria dos produtos comerciais de chocolate é processada de maneiras que eliminam muitos desses compostos benéficos, adicionando açúcar e gordura que poderiam anular os potenciais ganhos para a saúde. As cápsulas usadas no COSMOS forneceram uma dose consistente de 500 mg de flavonoides de cacau por dia, um nível improvável de ser alcançado apenas com o consumo de chocolate.

Por enquanto, os suplementos parecem ser a opção mais prática para aqueles interessados em aproveitar os potenciais benefícios do cacau. Ainda assim, os autores do estudo enfatizam que mais pesquisas são necessárias para confirmar se a redução da hsCRP se traduz em melhorias concretas na longevidade, cognição ou mobilidade. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/os-compostos-do-chocolate-podem-ajudar-a-retardar-o-envelhecimento-cientistas-sugerem-que-sim-confira/ Os compostos do chocolate podem ajudar a retardar o envelhecimento? Cientistas sugerem que sim; confira 2025-10-24
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