Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2025
A Polícia Federal (PF) cumpriu na última sexta-feira (31) um mandado de busca e apreensão contra o secretário nacional do Podemos, Luiz França, e ex-secretários do governo do Tocantins em mais uma fase de investigação sobre desvios de emendas parlamentares, a Operação Overclean.
Ao detectar suspeitas de obstrução da investigação durante a deflagração da operação policial, a PF prendeu em flagrante o ex-secretário de Educação do Tocantins Éder Martins Fernandes e um outro suspeito, Danilo Pinto da Silva.
A investigação mostra que eles monitoraram a sede da PF em Palmas e diligências dos federais para tentar se antecipar ao cumprimento da operação. O secretário nacional do Podemos foi alvo de buscas em Brasília.
Esta é a oitava fase da Operação Overclean. Ela ampliou o escopo para licitações no Estado do Tocantins, após a obtenção de provas que indicam a atuação de um grupo de empresários para fraudar licitações.
Conforme a PF, o objetivo é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A defesa de Luiz França não se manifestou.
O Podemos afirmou, em nota, que os fatos em apuração não têm relação com o partido. “Cabe destacar que, pelo noticiado na imprensa, os fatos em apuração referem-se ao período em que o PHS governava o estado do Tocantins, anterior à incorporação da sigla pelo Podemos. Pelas informações obtidas até o momento, a ação de hoje (sexta) diz respeito à atuação profissional como advogado de Luiz França, com sua consultoria jurídica”, diz a nota do partido.
Contratos
A investigação aponta que o grupo liderado pelo empresário Alex Parente obteve contratos no Tocantins supostamente de maneira fraudulenta por meio do pagamento de propina a servidores públicos. Foram cumpridos cinco mandados de busca em Brasília, São Paulo, Palmas e Gurupi (TO).
Para aprofundar a investigação, a Overclean fez buscas contra Éder Martins Fernandes, ex-secretário de Educação do governo de Tocantins e contra Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário Extraordinário de Parcerias e Investimentos do governo do Tocantins. Também foi alvo Ítalo Moreira de Almeida, ex-diretor da secretaria de Educação de Goiânia.
Supremo
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques. A ação policial teve o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal.
“Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro”, disse a Polícia Federal em comunicado.
No último dia 14, quando foi executada a sétima fase da Operação Overclean, outro deputado federal foi alvo de busca e apreensão: Dal Barreto, do União Brasil da Bahia. A PF identificou vínculos do deputado com personagens investigados por desvios de recursos em prefeituras da Bahia.
A PF apreendeu cerca de R$ 100 mil em dinheiro vivo no endereço de uma das empresas do parlamentar, além de diversos veículos de luxo. Ele foi procurado na ocasião e não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
