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Mundo Papa denuncia “sofrimento inaceitável” da população no Sudão

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Desde 2023, a guerra no Sudão causou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados

Foto: @VaticanNews
Leão XIV renovou seu apelo às partes envolvidas por um "cessar-fogo e pela abertura urgente de corredores humanitários". (Foto: VaticanNews)

O Papa Leão XIV reiterou nesse domingo (2) seu apelo por um cessar-fogo e pela “abertura urgente” de corredores humanitários no Sudão, mergulhado em uma sangrenta guerra civil, após denunciar o “sofrimento inaceitável” da população.

“Com grande dor acompanho as trágicas notícias que chegam do Sudão, particularmente da cidade de El Fasher, no martirizado Darfur do Norte”, declarou o pontífice após a oração dominical do Ângelus na Praça São Pedro, no Vaticano.

“Violências indiscriminadas contra mulheres e crianças, ataques a civis indefesos e graves obstáculos à ação humanitária estão causando sofrimentos inaceitáveis a uma população já exaurida por longos meses de conflito”, acrescentou.

“Sudão, particularmente da cidade de El Fasher, no martirizado Darfur do Norte”, declarou o pontífice após a oração dominical do Ângelus na Praça São Pedro, no Vaticano.

Posteriormente, Leão XIV renovou seu apelo às partes envolvidas por um “cessar-fogo e pela abertura urgente de corredores humanitários”.

Entenda

Desde abril de 2023, a guerra no Sudão causou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e provocou a pior crise humanitária atual, segundo a ONU.

O conflito foi desencadeado por uma luta de poder entre o general Abdel Fatah al Burhan, comandante do exército regular e líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e o general Mohamed Daglo, líder dos paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR).

Após 18 meses de cerco, as FAR tomaram, em 26 de outubro, El Fasher, a última grande cidade de Darfur que escapava de seu controle. Desde então, milhares de civis fugiram da cidade, onde multiplicam-se os relatos de violências contra a população civil.

Um ataque realizado por forças paramilitares em El-Fasher resultou na morte de mais de 460 civis em um hospital.

O incidente, denunciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), marca mais um capítulo trágico no conflito que já vitimou mais de 150 mil pessoas no país africano. O Conselho de Segurança da ONU emitiu um comunicado condenando o ataque e alertou sobre o crescente risco de atrocidades em larga escala, incluindo aquelas motivadas por questões étnicas.

O confronto atual, iniciado em abril de 2023, opõe as forças armadas sudanesas, comandadas por Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo. A disputa pelo poder emergiu após um golpe militar em 2021, que colocou os dois generais, hoje rivais, em posição de comando.

O conflito tem raízes históricas profundas, relacionadas a disputas étnicas entre árabes e não árabes no país. A situação foi agravada pela desertificação do território, que intensificou a competição por recursos naturais entre grupos nômades árabes e agricultores sedentários de origem africana.

A guerra civil sudanesa também é marcada por significativa influência externa. O antigo grupo Wagner, da Rússia, forneceu armas para ambos os lados do conflito em troca de recursos naturais, especialmente ouro.

Atualmente, cerca de 90% da produção aurífera sudanesa é direcionada para a Rússia. A crise humanitária continua se agravando, com mais de 4 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas. Relatos de violações em massa e limpeza étnica se multiplicam, principalmente nas áreas sob controle das forças paramilitares, que têm como alvo principalmente a população não árabe do país.

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