Por Jocelin Azambuja | 4 de novembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Vivemos um momento desafiador na humanidade, especialmente em nosso país, onde a ganância tem se sobreposto muitas vezes aos valores éticos e morais. Com tristeza, acompanhamos casos de corrupção em várias áreas, públicas e privadas, mas exemplifico com o que a mídia tem publicado envolvendo juízes e desembargadores de alguns estados, que são suspeitos da venda de sentenças e acórdãos, sendo flagrados pelas autoridades. O pior foi ver que apesar de alguns estarem sendo processados, mantêm suas remunerações intactas, e alguns já aposentados continuam recebendo cerca de R$ 200.000,00 mensais, baseados em leis absurdas.
A sociedade se questiona: como pode um servidor público ter aposentadoria tão alta, se o teto salarial no Brasil é de R$46.366,19? Pior ainda é ver servidores de diferentes poderes recebendo salários superiores ao teto e se aposentando com esses valores. Enquanto a maioria do povo sobrevive com aposentadoria de um salário mínimo de R$ 1.518,00, outros ganham mais de R$ 100.000,00 mensais, onde está a justiça social?
O mais triste é perceber que, mesmo com salários altos, muitas dessas pessoas cedem à corrupção. Isso demonstra que o problema não é o valor que recebem, mas sim seu caráter e a intensidade de sua ganância. Aqueles que têm ideais e escolhem uma profissão, como um professor que ganha R$ 2.000,00 ou R$ 3.000,00 mensais e continua a dar aulas de qualidade, não importando o salário. Eles poderão lutar por uma remuneração mais justa, mas nunca abandonarão a ética e ideais em seu trabalho.
Isso deveria ser a norma em todas as profissões. O que realmente importa é que a pessoa com caráter e ideais não se deixe corromper pela ganância, porque o amor pela profissão e os valores que carrega são superiores a qualquer recompensa material.
Quando a escola e a família trabalham unidas para formar cidadãos de caráter, honestos, sérios e dignos, não haverá ganância que os faça mudar suas condutas.
Infelizmente nossa juventude tem recebido os piores exemplos das lideranças em todas as áreas e poderes que não os estimulam a terem valores idealísticos e morais elevados. Só quem pode salvá-los para o futuro, são suas famílias, temos que lutar contra essa postura de ganância que deturpa o caráter de nossos jovens. Precisamos permitir que nossa juventude tenha uma possibilidade de futuro que os orgulhe e dignifique suas vidas, famílias e seu país.
Jocelin Azambuja Advogado – www.jocelinazambuja.com.br
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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