Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2025
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) já contabiliza 30 mil consultas médicas extras realizadas ou agendadas pelo “SUS Gaúcho”, programa estratégico que totalizará um investimento adicional de R$ 1,025 bilhão no setor até o ano que vem. Lançada em setembro, a iniciativa tem como prioridade reduzir, até dezembro, ao menos 70% das maiores filas por primeiras consultas nas especialidades de ortopedia de joelho e oftalmologia geral de adultos.
Para chegar ao objetivo, o governo do Rio Grande do Sul negociou com prestadores de serviço para que se chegue até dezembro a mais de 77 mil consultas extras nessas especialidades. Desse total já estão marcadas ou foram realizadas mais de 30 mil. Outra meta é realizar mais de 10 mil cirurgias ortopédicas de joelho.
O valor a ser repassado para garantir o aumento de oferta nessas áreas prioritárias está estimado em R$ 175 milhões até dezembro. “Com a adesão dos prestadores e o andamento do programa, nossa expectativa é passarmos a nossa meta inicial. Estamos confiantes”, disse a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da SES, Lisiane Fagundes.
Mutirão em Guaíba
A cirurgia de prótese de joelho do aposentado Flávio Omar Magalhães, 69 anos, morador de Camaquã, inaugurou, na quarta-feira (29/10), o mutirão de cirurgias do Hospital Nelson Cornetet, de Guaíba, um dos 69 hospitais que abriram suas agendas para atendimento pelo SUS Gaúcho. “Quero muito voltar a caminhar sem dor”, disse Magalhães, encerrando uma espera de quatro anos.
Mantido pelo Sistema de Saúde Hospitalar Vila Nova, o Hospital Nelson Cornetet é referência regional em ortopedia e traumatologia, atendendo pacientes de mais de 60 municípios. Somente na instituição, serão realizadas pelo SUS Gaúcho, até o final de dezembro, 295 cirurgias de joelho, além de 90 procedimentos nas especialidades de ombro, pé e mão, e mais 50 cirurgias de prótese de quadril, totalizando 435 intervenções cirúrgicas.
O presidente do Sistema de Saúde Hospitalar Vila Nova, Dirceu Dal’Molin, destacou que o mutirão reforça o compromisso institucional com a saúde pública e com o fortalecimento da rede estadual de atenção especializada. “Nosso objetivo é oferecer atendimento resolutivo e de qualidade, contribuindo para reduzir as filas e devolver qualidade de vida aos pacientes”, afirmou Dal’Molin.
Já o diretor do hospital, Luiz Carlos Rocha Júnior, também destacou o impacto positivo da ação. “Esse mutirão representa um grande avanço para a saúde pública, reduzindo significativamente as filas de espera e devolvendo autonomia e bem-estar a centenas de pessoas”, frisou.
No Hospital Santa Bárbara, de Encruzilhada do Sul, já foram feitas 27 cirurgias de joelho e, no próximo final de semana (1º e 2 de novembro), serão mais 20 procedimentos. Um dos pacientes foi o frentista Marco Antônio Aides, 43 anos, que fraturou o joelho em um acidente de moto a caminho do trabalho e agora se recupera em casa da cirurgia ocorrida no dia 19 de outubro:
“Vou tirar os pontos na próxima semana, mas já estou arriscando uns passinhos, bem devagar. Antes eu sentia muita dor, especialmente no final do turno de trabalho”, diz, aliviado, o morador que esperou pela cirurgia por um ano e cinco meses.
Até dezembro, o Hospital Santa Bárbara irá realizar 105 cirurgias, inclusive em pacientes de outros municípios como Cachoeira do Sul, Segredo, Ibarama, Arroio do Tigre, Lagoa Bonita, Cerro Branco e Caçapava do Sul. “O problema da fila da cirurgia de joelho é que as fraturas e as urgências sempre passavam na frente, e as esperas acabavam ficando muito longas. Com o mutirão, estamos atendendo pacientes de toda a região. A fila que tínhamos vai acabar”, disse a diretora do hospital, Irmã Nair Gabiatti.
Especialidades
Outra iniciativa do “SUS Gaúcho” que reforça a qualificação do atendimento de saúde da população foi a habilitação, nesta semana, de 62 novos ambulatórios em hospitais do Rio Grande do Sul.
Serão investidos R$ 56,1 milhões por meio do Programa Estadual de Incentivos Hospitalares (Assistir) para ampliar os serviços de referência e disponibilizar para a população um número maior de primeiras consultas para acesso a atendimento especializado e cirurgia geral, entre outras especialidades.
No início do programa, apenas 101 ambulatórios recebiam recursos financeiros do Estado, em agosto de 2021. Agora, com a ampliação do atendimento com o Assistir, o Rio Grande do Sul passou a contar com 508 ambulatórios que recebem incentivos estaduais, um aumento de mais de 400% nos serviços contemplados.
(Marcello Campos)
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