Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2025
Pela primeira vez no ano os economistas preveem que o Brasil terá uma inflação dentro da meta estabelecida pelo BC (Banco Central) neste ano. O boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (17), mostra que os analistas acreditam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) terminará 2025 em 4,46%.
O limite é de 4,5%, já que há uma variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo da meta de 3%. O índice reduziu 0,09 ponto percentual em relação à semana passada, quando estava em 4,55%.
No ano, a previsão chegou a estar em 5,68% em 10 de março. Porém, a partir de abril, ela começou a reduzir seguidamente. Os economistas diminuíram a sua expectativa para a inflação em 25 das últimas 30 semanas.
Em compensação, a perspectiva para o IPCA dos três próximos anos foi mantida em 4,2%, 3,8% e 3,5%.
A redução ocorre após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontar que a inflação desacelerou a 0,09% em outubro, após marcar 0,48% em setembro.
A taxa de 0,09% é a menor para meses de outubro em 27 anos, desde 1998 (0,02%), segundo dados divulgados na última terça-feira (11). O IPCA também desacelerou no acumulado de 12 meses. A inflação passou a 4,68% até outubro, após marcar 5,17% até setembro. A taxa mais recente é a menor desde a registrada até janeiro deste ano (4,56%).
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O recuo da inflação e a desaceleração da economia levaram à manutenção da Selic pela terceira vez seguida, na última reunião, no início deste mês.
No entanto, o colegiado não descarta a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.
Em nota, o BC informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.
Já no Brasil, a autarquia destacou que a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão alto por bastante tempo.
A estimativa dos analistas de mercado é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida; e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Os bancos ainda consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano permaneceu em 2,16%.
Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,78%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,88% e 2%, respectivamente.
Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,40 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,50. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.