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Comportamento Repulsa pelo parceiro: você já teve “ick” de um namorado? Entenda a aversão súbita que destrói relacionamentos

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A prática desnuda uma hiperexigência e o perfeccionismo nos relacionamentos. (Foto: Reprodução)

Ela acreditava ter encontrado o parceiro perfeito, até ele chegar com um buquê de girassóis para conhecer seus pais, trajando um paletó xadrez por cima do casaco de moletom e da bermuda de tactel. Além disso, fazia um sotaque italiano forçado ao pronunciar o nome de uma marca de molho de tomates. Foi assim que Joanne, personagem de Kristen Bell, da série “Ninguém quer”, da Netflix, pegou profunda aversão a Noah, vivido por Adam Brody.

Após meses de romance, a repulsa ficou tão explícita que logo foi sacada pela irmã da protagonista: “Eu vi aquela cara. Você está com ick”. A interjeição, uma onomatopeia em inglês que expressa nojo, virou trend nas redes sociais e nunca foi tão usada para expressar aquele revertério que, do nada, pode transformar príncipes em sapos.

Atire o primeiro emoji quem nunca viveu uma história parecida, quando algo aparentemente banal, como um jeito de falar, uma roupa, mania ou hábito, tornou-se uma repulsão inexplicável a ponto de azedar a relação em construção. O comportamento é a definição do que a Geração Z (nascidos entre 1996 e 2009) batizou de romantic ick – “eca romântico”, em tradução livre.

De acordo com a psicóloga Daniela Oliveira, a prática desnuda uma hiperexigência e o perfeccionismo nos relacionamentos. “Li uma vez que nos apaixonamos pelas qualidades e amamos apesar dos defeitos. Nesse sentido, vemos que as pessoas estão tendo mais dificuldade em entrar em contato com o outro, arrumar um espaço de intimidade, que é onde cabe aquilo que é feio, que é escondido”, explica a especialista.

Nem deu tempo de a dentista Maria Oliveira (nome alterado a pedido da entrevistada) construir intimidade com o rapaz que havia conhecido no mês passado por amigos em comum. “Ele não mora no Rio e está viajando com a filha pequena. Homem separado e pai presente. Nos conhecemos da forma mais legal possível, despretensiosamente, e logo me chamou para um date, que foi muito legal”, relembra a carioca, de 35 anos. O problema começou quando ele passou a mandar inúmeras fotos por dia de tudo o que a criança faz. “Já fui casada com alguém que tem filho, não tenho nada contra, mas não estou interessada em saber o que ela está lanchando nem seu diário de atividades. Peguei ranço e é irreversível. Agora, tudo o que ele fala acho um saco. Estou louca para ele ir embora.”

No ano passado, as coisas desandaram após o primeiro date da empresária Juliana Farias (nome alterado a pedido da entrevistada). A mineira, de 32 anos, convidou o pretendente para passar em sua casa, mas, sob seu conceito, o rapaz tirou zero na “avaliação de conhecimentos gerais”. “Na minha casa, tinha uma bandeira com a ilustração de uma obra da Tarsila do Amaral (1886-1973) pendurada na parede. Ele ficou olhando e perguntou: ‘Tarzila? O que é Tarzila?’, assim mesmo, com a pronúncia errada. Sequer usou ‘quem’ na indagação. Não consegui transar. Inventei que estava cansada, que precisava acordar cedo e o expulsei. Nunca mais falei com ele”, conta.

Para o psicanalista Abilio Ribeiro Alves, as escolhas amorosas têm sido feitas “ao modelo narcísico”. Ou seja, cai por terra a velha máxima dos opostos que se atraem. “As pessoas querem alguém que chegue perto daquilo que elas idealizam e acreditam ser bom para um relacionamento, só que isso é da ordem do impossível. É muito difícil encontrar alguém que corresponda a tudo o que o outro deseja ter, o objeto que equivale à sua fantasia”, observa o profissional. “É importante que isso seja trabalhado em análise, porque o indivíduo tende a ficar eternamente insatisfeito com os parceiros.”

Esse é o caso da publicitária Dandara Lima (nome alterado a pedido da entrevistada), que confessa sentir “bodes” frequentes de todos os parceiros com quem se relaciona, ainda mais se tiver conhecido pela internet. “Saí com um cara uma vez que era um querido, mas ele gesticulava e falava alto demais”, diz a carioca, de 35 anos, que também conta já ter cismado com o hábito de um ex-namorado. “A gente se dava superbem, mas algo que me irritava muito era o fato de ele sempre usar, na praia, sunga e camiseta. Não dá, muito cafona, parecia uma criança gigante. Não terminei por isso, mas a primeira coisa que pensei, depois do término, foi que não precisava mais ver o homem vestido daquele jeito.”

A psicóloga Tatiana Paranaguá recomenda algumas ações para tentar minimizar desconfortos solúveis. “Está incomodada com algo? Conversa com jeitinho em algum momento oportuno e vê como o parceiro reage. As pessoas estão perdendo o hábito do diálogo”, comenta a especialista. “Se pararmos para analisar, nós também não vamos ser o que o outro idealiza, e não iríamos gostar de sermos tratados de maneira tão repulsiva.” As informações são do jornal O Globo.

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