Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2025
Uma comissão de investigação do Congresso argentino, presidida pela oposição a Javier Milei, considerou nesta terça-feira, 18, que a promoção de uma criptomoeda em fevereiro pelo presidente do país poderia constituir uma “fraude”. Investidores perderam milhões de dólares com a criptomoeda.
A comissão da Câmara dos Deputados afirmou em seu relatório que “os fatos analisados seriam compatíveis com uma suposta fraude” e atribuiu a “responsabilidade política” do caso a Milei e sua irmã Karina, secretária-geral da Presidência.
Perdas de milhões de dólares
Após esta primeira etapa investigativa, a comissão encaminhou o relatório ao Congresso para que avalie se o presidente cometeu “má conduta no exercício de suas funções”.
Em meados de fevereiro, Milei divulgou na rede X um projeto de criptomoeda chamado $LIBRA, mas se retratou pouco depois. Enquanto isso, a moeda desconhecida subiu de valor e depois despencou, causando perdas de vários milhões de dólares para investidores locais e estrangeiros.
Milei nega ter promovido a criptomoeda e diz que apenas a divulgou. “Sou um fanático otimista da tecnologia e quero que a Argentina se torne um polo tecnológico”, disse ele após o escândalo. E acrescentou: “Por querer ajudar um argentino, levei um tapa na cara”.
Futuro incerto
Dezenas de denúncias foram feitas contra Milei e contra os envolvidos no projeto LIBRA, algumas delas nos Estados Unidos. Todas foram centralizadas por uma juíza e um promotor encarregados da investigação.
A comissão parlamentar acrescenta em seu relatório que entregou suas conclusões à Justiça para alimentar essa investigação. Além da investigação na Justiça, o futuro da ação parlamentar sobre o caso é incerto.
Congresso mais favorável
A partir de 10 de dezembro, quando os novos legisladores assumirem após as eleições de meio de mandato em outubro, Milei terá um Congresso mais favorável e menos disposto a dar continuidade a este caso.
Os deputados não puderam interrogar o presidente Milei nem sua irmã Karina Milei, que não compareceram quando foram solicitados. As informações são da agência de notícias AFP.
