Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2025
A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que o ex-presidente possa, em caráter humanitário, cumprir a pena pela condenação por golpe de Estado integralmente em prisão domiciliar, sob monitoramento eletrônico. Na petição, os advogados solicitam ainda que ele possa deixar sua residência exclusivamente para tratamento médico.
A defesa argumenta que mandar Bolsonaro para um ambiente prisional representaria “risco concreto e imediato à integridade física e à própria vida”, e que a Penitenciária da Papuda – um dos lugares em que o ex-presidente poderia cumprir a pena – tem “situação precária”.
Segundo a defesa, o ex-presidente tem saúde “profundamente debilitada” por conta de infecções pulmonares, esofagite e gastrite, além de um câncer de pele, das complicações decorrentes do atentado sofrido durante a campanha de 2018, e sofre com crises de soluço.
Os advogados citam como precedente o caso do ex-presidente Fernando Collor, condenado por corrupção, autorizado por Moraes a cumprir pena em casa – uma cobertura avaliada em R$ 9 milhões com vista para o mar em Maceió.
Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado, mas ainda não começou a cumprir a pena, pois ainda é possível apresentar recursos.
O primeiro desses recursos, chamado de embargo de declaração, foi negado pelo STF. Até este domingo (23), a defesa pode apresentar novos embargos de declaração.
Moares, entretanto, pode considerar que esse segundo recurso tem objetivo apenas de atrasar o início do cumprimento da pena, declarar o julgamento encerrado e determinar que o ex-presidente comece a cumprir a pena.
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde agosto, mas não para cumprir a pena, e sim de forma provisória, por descumprir medidas cautelares que haviam sido estabelecidas por Moraes – por considerar que o ex-presidente estava obstruindo o processo no qual foi condenado por tentativa de golpe de Estado. (Com informações da colunista Julia Duailibi, no portal de notícias g1)