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Mundo COP30: União Europeia critica ausência de metas sobre combustíveis fósseis e ameaça barrar acordo

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Por outro lado, organizações da sociedade civil criticaram a atuação da UE dizendo que o bloco tem dificultado avanços nas negociações.

Foto: Raimundo Pacco/COP30
Por outro lado, organizações da sociedade civil criticaram a atuação da UE dizendo que o bloco tem dificultado avanços nas negociações. (Foto: Raimundo Pacco/COP30)

A União Europeia sinalizou nesta sexta-feira (21) que pode bloquear o acordo final da Conferência do Clima de Belém, a COP30.

O bloco dos países europeus cobra alterações nos documentos com os rascunhos de acordos que foram divulgados nesta madrugada. Por sua vez, nos bastidores, organizações que acompanham os debates afirmam que a União Europeia dificulta as negociações em outra frente: mostra resistência em ampliar recursos para o enfrentamento da crise do clima.

Os rascunhos publicados deixaram de fora qualquer menção aos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão). A expectativa de criar um roteiro (mapa do caminho) para o fim do uso dessas fontes de energia virou um dos temas centrais para a conferência, já que esses combustíveis são a causa do aquecimento do planeta.

O conteúdo dos textos gerou reação negativa entre organizações e também entre governos que trabalhavam por acordos mais ambiciosos. Eles foram criticados por serem “fracos”, “furos inaceitáveis” e “traição à ciência”.

Por volta do meio-dia desta sexta, o comissário europeu de Clima, Wopke Hoekstra, afirmou numa reunião fechada que o novo texto da conferência “não tem ciência, não tem transição e mostra fraqueza”, segundo o discurso cuja íntegra foi divulgada pela Comissão Europeia.

“Então, vou ser igualmente claro. Em nenhuma circunstância nós vamos aceitar isso. E nada que chegue sequer perto disso — e digo isso com dor no coração — nada que se aproxime do que está na mesa agora”, disse Hoekstra.

“Sim, ainda temos algumas horas. Vocês podem contar conosco para fazer tudo o que for possível para chegar a um resultado. Não pela União Europeia. Mas por todos nós”, acrescentou Hoekstra.

Organizações da sociedade civil criticaram a atuação da União Europeia na COP30, dizendo que o bloco fala em liderança climática, mas tem dificultado avanços nas negociações. Segundo elas, enquanto países do Sul Global lidam com secas, enchentes e altos custos da crise climática, a UE estaria mais focada em proteger seus próprios interesses.

As críticas incluem resistência em ampliar recursos para países vulneráveis e falta de clareza sobre compromissos já existentes. As entidades pedem que a UE adote uma postura mais cooperativa nas horas finais da conferência para permitir um acordo que atenda às nações mais afetadas.

Ainda na noite de quinta-feira (20), mais de 30 países já haviam se pronunciado pressionando a Presidência da COP30 ao afirmar que não apoiariam um texto final da Cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis.

As delegações enviaram uma carta conjunta pedindo que o tema permaneça no rascunho político da conferência. No documento, países como Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros afirmam que “não podem apoiar um resultado que não inclua um mapa do caminho justo, ordenado e equitativo para deixar os combustíveis fósseis para trás”.

Como a publicação dos rascunhos, as críticas também vieram de organizações de defesa do meio ambiente. O Observatório do Clima classificou o chamado “Pacote de Belém” como “desequilibrado e não pode ser aceito como resultado da conferência”.

“Os rascunhos apresentados são fracos nos pontos em que avançam e omissos num tema crucial: eles não atendem à determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio de 82 países, de fornecer um roteiro para implementar a transição para longe dos combustíveis fósseis”, criticam.

Para a especialista em Política Climática do Observatório do Clima, Stela Herschmann, a resposta é absolutamente insuficiente considerando as necessidades de implementação que existem atualmente.

“Parece que a gente ainda não tem um equilíbrio, principalmente uma resposta suficiente, ao principal desafio da humanidade que é enfrentar a crise climática”, analisa.

O Greenpeace afirmou que rejeita o texto do mutirão e pede a devolução do texto à Presidência para revisão.

“Havia esperança nas propostas iniciais dos mapas do caminho para acabar com o desmatamento e com os combustíveis fósseis, mas esses mapas desapareceram e estamos novamente perdidos, sem um roteiro concreto para atingir 1,5°C, tateando no escuro enquanto o tempo se esgota”, afirmou a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali.

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https://www.osul.com.br/cop30-uniao-europeia-critica-ausencia-de-metas-sobre-combustiveis-fosseis-e-ameaca-barrar-acordo/ COP30: União Europeia critica ausência de metas sobre combustíveis fósseis e ameaça barrar acordo 2025-11-21
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