Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2025
Ao visitar a pré-abertura do Salão do Automóvel de São Paulo na quinta-feira passada (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o preço do ingresso. O valor não baixou. Aliás, ficou até mais caro: na abertura ao público, nesse fim de semana, o evento teve bilhetes a R$ 126 para visita em dias de semana e R$ 162 para sábados e domingos. Mesmo assim, o espaço ficou lotado.
A animação dos visitantes nas filas dos portões de acesso desde o horário da abertura, antes do meio-dia, sinalizava o sucesso de vendas dos ingressos, cujos preços sobem conforme a demandada. Os tíquetes para o sábado (22) se esgotaram entre por volta das 16h30min, de acordo com os organizadores do evento, que prossegue até o fim do mês.
Para os demais dias, os dois primeiros lotes mais baratos acabaram, e a venda entrou no chamado “terceiro lote”, que passa a custar mais caro.
“Muita gente vai vir visitar, apesar de o preço estar um pouco caro”, disse Lula na quinta-feira. A partir de agora, os ingressos para visita de segunda a sexta-feira custam R$ 145 e no fim de semana saem por R$ 188, até o próximo domingo (30), quando se encerra a edição deste ano. Há opções de meia-entrada. Os detalhes podem ser conferidos no site salaodoautomovel.com.br.
De volta após sete anos
O frisson em torno do evento se justifica porque a capital paulista estava sem o Salão do Automóvel desde 2018, mas voltou após um pedido de Lula à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em abril do ano passado. O anúncio do retorno foi feito pela entidade meses depois, em outubro.
Logo ao entrar no pavilhão de exposições do Anhembi, neste sábado, os estandes relembram o visitante de que o mundo mudou neste intervalo. Além dos robôs futuristas que saúdam o público e posam para fotos com quem chega no espaço da Caoa Changan, é possível ver um e-vtol (aeronave de decolagem e aterrissagem vertical) na recepção da chinesa GAC.
Nos comentários de quem passa por ali é comum ouvir exclamações sobre como o futuro chegou rápido e apostas de quantos anos terão se passado até que os carros voadores entrem no uso cotidiano.
O destaque das montadoras aos modelos de carros híbridos e elétricos também ilustra a evolução da indústria automotiva neste período. Mas há outros traços marcantes, como a presença menos ostensiva de mulheres em collants e decotes erotizados para atrair o público masculino -uma imagem tradicional do Salão do Automóvel do passado.
Acostumado a frequentar o evento até 2018, o professor Heitor Girelli disse ter se surpreendido com a quantidade de gente neste sábado. Alguns estandes ficaram tão cheios que era difícil andar ao redor dos carros para observar. Outro aspecto que lhe chamou a atenção foi a chegada de novas marcas: “Tem muitas montadoras chinesas”.
As marcas orientais avançaram, especialmente as chinesas, como a Geely, que anunciou produção nacional do SUV EX5 EM-i a partir de 2026, e a GWM, que destacou seu primeiro modelo nacional, o Haval H6, e confirmou 12 lançamentos para o próximo ano.
Dentre os visitantes, há um clima de saudade. O comerciante Rogério Pontarolli afirma que a memória o enganou e ele dirigiu para o endereço antigo, na rodovia dos Imigrantes, onde o salão foi realizado no passado, em vez de ir ao Anhembi.
Já o funcionário público Fernando Masiero disse ter sentido falta de mais lançamentos nesta edição: “De 2006 a 2018, eu sempre fui ao Salão do Automóvel. No último, eu fui três vezes. Mas dessa vez acho que tem poucas novidades em modelos”. (com informações da Folha de S.Paulo)