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Política Direita vive atritos, sem sinalização de Bolsonaro sobre sucessor

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Jair Bolsonaro pode ver seu campo político chegar dividido à eleição de 2026. (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

Preso na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não está fora do jogo eleitoral”, mas pode ver seu campo político chegar dividido à eleição de 2026, por ter aberto mão de organizar a sucessão política na direita antes de começar a cumprir sua pena, o que pode favorecer o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A análise é de Graziella Testa, doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Bolsonaro – que foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 27 anos por tentativa de golpe de Estado e está inelegível até 2060 – deverá ainda ser um cabo eleitoral relevante no próximo ano, na avaliação da especialista, mas é exagerado esperar uma transferência automática de votos do ex-presidente, seja para alguém da família ou não.

Os governadores cotados para a corrida presidencial, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tendem a continuar na “tentativa de equilibrar pratinhos”, diz Testa, sobre a postura de evitar um rompimento com o bolsonarismo e acenar ao centro, faixa do eleitorado que ela considera decisiva no resultado.

Apesar dos problemas na oposição, Lula vive uma situação na relação com o Congresso que “sempre tem como ficar pior”, analisa a professora, ao comentar as rusgas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A proximidade cada vez maior das eleições e o poder anabolizado de partidos do Centrão ajudam a explicar as novas tensões, diz ela. Veja abaixo alguns trechos da entrevista que Graziella concedeu ao jornal Valor Econômico.

– Qual a sua leitura dos fatos dos últimos dias, com a prisão de Bolsonaro e o vácuo de liderança na direita para as eleições de 2026?O que aconteceu foi uma parte importante de um processo que já vinha acontecendo. Foi até menos brusco do que se poderia imaginar assim que acabou o julgamento no Supremo. Não houve uma grande comoção popular. Chama atenção que o ex-presidente não tenha organizado sua sucessão. Não é propriamente uma sucessão, porque, evidentemente, ele não tem mandato, mas ele tem um eleitorado muito relevante, para quem o seu apoio impacta na decisão de voto. E não houve nenhum direcionamento de Bolsonaro com relação ao apoio eleitoral. Mesmo que daqui em diante ele defina esse apoio, mais importante do que saber quem o sujeito apoia na política brasileira é como acontece esse apoio. Já houve muitos apoios eleitorais absolutamente inócuos porque não era suficiente para o eleitor associar um ao outro. O apoio, quando não é efetivo e ostensivo, não tem um impacto. É preciso ter a imagem, a foto, o clima para o eleitor sentir que o apoio é real. E isso não é muito trivial na política brasileira. É difícil esses apoios resultarem em eleição de fato. Com Lula também encarcerado em 2018, Fernando Haddad teve dificuldade de captar o seu espólio político. Com isso, não estou gerando uma previsão de que o apoio de Bolsonaro não vai importar para 2026. Não acho que Bolsonaro tenha saído do jogo eleitoral. O que estou dizendo é de uma janela de oportunidade que teria sido mais bem aproveitada se essa decisão tivesse sido tomada antes.” As informações são do jornal Valor Econômico.

 

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