Segunda-feira, 01 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2025
A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o ex-deputado estadual Ruy Irigaray – cassado em 2022 – por três atos de improbidade cometidos em 2019 e 2020. Na lista estão a utilização de funcionários públicos para uma reforma de imóvel particular, utilização de assessora para atividades privadas e uso ilícito de diárias na condição de secretário de Turismo.
A decisão reconheceu o enriquecimento ilícito do réu. Na sentença constam a perda dos valores acrescidos indevidamente, a suspensão dos direitos políticos por 14 anos, o pagamento de multa equivalente ao acréscimo patrimonial e a proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 14 anos.
Responsável pela ação, a promotora de Justiça Roberta Brenner de Moraes menciona que os fatos, de repercussão nacional, vieram a público em 2021, a partir de matéria veiculada na imprensa nacional. O resultado foi a cassação do mandato do então parlamentar por ampla maioria na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A promotora ressaltou a importância da condenação, “inclusive por seu caráter inibitório quanto à utilização do trabalho de servidores públicos em benefício particular, prática que, além do enriquecimento ilícito e prejuízo aos cofres públicos, fere gravemente os princípios da administração pública, notadamente o da moralidade”. Roberta destacou, ainda, o colega Cláudio Ari Pinheiro de Mello, que atuou na fase investigatória.
Hoje com 43 anos, Ruy Irigaray chegou ao parlamento gaúcho pelo PSL (Partido Social Liberal), legenda que também havia eleito Jair Bolsonaro presidente da República. Em 2022, a sigla se fundiu ao Democratas (DEM) para formar o União Brasil.
Irigaray foi o segundo nome mais votado no pleito de 2018 (o único do qual participou até hoje) para deputado estadual, com 102.117 votos. Também exerceu o cargo de titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul no primeiro governo de Eduardo Leite. Ele havia iniciado sua carreira empresarial durante a adolescência, em negócios familiares nos segmentos rural e de combustíveis. Aos 16 anos, fundou sua primeira empresa, no setor de alimentação.
Cassação
A trajetória ascendente de Ruy Irigaray sofreu o seu grande baque em fevereiro de 2021, quando se tornou pública a informação de que ele estava na mira do Ministério Público por suspeita de utilizar funcionários do gabinete, inclusive em pleno horário de expediente, para atividades não vinculadas ao trabalho de assessor, como reformas na casa da sogra e atividade de babá.
Em março de 2022, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul decidiu pela cassação do mandato (45 votos a três). Além do afastamento, foi determinada a sua inelegibilidade por oito anos (até 2030, portanto). O voto foi ao encontro dos pareceres da Comissão de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça do Parlamento gaúcho).
(Marcello Campos)
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