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Colunistas Theodore Roosevelt, uma lição de liderança ao mundo

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Theodore Rossevelt. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Era 14 de outubro de 1912, em Milwaukee, Wisconsin.

Theodore Roosevelt entrava em seu carro a caminho de fazer um discurso de campanha, quando um homem abriu caminho pela multidão e disparou um tiro de revólver .38 diretamente em seu peito.

O tiro ecoou. Roosevelt cambaleou, mas não caiu. Seus assessores imobilizaram o atirador; o homem acreditava que “vozes” do presidente McKinley lhe haviam ordenado que matasse Roosevelt.

A multidão avançou, pronta para linchar o homem, e Roosevelt, sangrando, gritou:

“Não o machuquem!”

Olhou para o homem. Em seguida, ele ordenou que o levassem à polícia, ileso.

Seus assessores insistiram que ele fosse imediatamente para o hospital. Ele se recusou.

Em vez disso, fez algo que parecia impossível: verificou se havia algum ferimento mais grave em si mesmo. Tossiu com força na mão, procurando por sangramento.

Seus assessores, preocupados, insistiam para levá-lo ao hospital.

Roosevelt olhou para eles com a mesma determinação férrea que o sustentara durante a infância atormentada pela asma e pela morte de sua esposa e sua mãe no mesmo dia, durante a Guerra Hispano-Americana.

Lutava por novo mandato na Presidência, que todos diziam ser impossível.

“Levem-me até o local do discurso”, ordenou.

Eles o levaram de carro até o Auditório de Milwaukee. Três mil pessoas o aguardavam, completamente alheias ao ocorrido.

Quando Roosevelt subiu ao palco, ele parecia como sempre — poderoso, determinado, pronto para a luta.

Em frente à plateia, ele abriu o paletó. Um suspiro coletivo percorreu o auditório. A frente de sua camisa estava encharcada de sangue.

Roosevelt ergueu a mão pedindo silêncio. Sua voz era forte, clara, absolutamente firme.

“Amigos, peço que façam o máximo silêncio possível. Não sei se vocês entendem completamente que acabei de levar um tiro.”

A plateia reagiu com choque e descrença. Roosevelt esperou que se acalmassem e continuou.

“É preciso mais do que isso para matar um ‘Bull Moose’.”

A multidão rugiu. Alguns riram, sem saber se aquilo fazia parte do espetáculo. Outros permaneceram sentados, em silêncio, atônitos, sem entender o que estavam presenciando.

Roosevelt tirou do paletó o manuscrito do discurso. Havia um buraco de bala nele. Ele ergueu as folhas furadas para que a plateia visse.

“A bala ainda está em mim, então não consigo fazer um discurso muito longo. Mas farei o meu melhor.”

E Theodore Roosevelt, com uma bala calibre .38 alojada no peito, discursou por noventa minutos.

Quando finalmente terminou e saiu do palco, os médicos o levaram às pressas para o hospital. Examinaram o ferimento e descobriram algo notável: a bala havia sido freada por dois objetos no bolso do paletó de Roosevelt.

Seu estojo de óculos de metal desviou a bala ligeiramente, e então ela perfurou o manuscrito de seu discurso, bem dobrado em várias cópias. Quando atingiu seu peito, já havia perdido velocidade suficiente para se alojar em seu músculo peitoral.

Seu discurso literalmente salvou sua vida.

A bala estava muito profunda e era muito perigosa para ser removida. Os médicos decidiram deixá-la no lugar. Theodore Roosevelt carregaria aquela bala em seu peito pelos sete anos restantes de sua vida.

Mais tarde, ele dizia: “Não me importei nem um pouco por ter sido baleado. É um risco inerente que todo homem público que desperta o melhor e o pior em um ser humano deve aceitar como algo natural.”

Nascido em 1858, teve a infância marcada por uma asma incapacitante.

Ele era fraco, doentio e incapaz, e respirava com dificuldade.

Os médicos disseram ao seu pai que ele não iria sobreviver até a idade adulta.

Theodore dedicou-se à transformação física com disciplina feroz. Fortalecia seu corpo frágil através da pura força de vontade, tornando-se um dos homens mais fortes, tanto física quanto moralmente, da política americana.

Foi fazendeiro em Badlands, de Dakota, um herói da Guerra Hispano-Americana, foi o presidente mais jovem da história americana aos 42 anos e um defensor da reforma que desmantelou monopólios corporativos e criou o sistema de parques nacionais que preservou a natureza selvagem da América.

Ele viveu com a mesma intensidade que demonstrou naquele palco em Milwaukee — tudo ou nada, sem recuar, sem se render.

Depois daquela noite de 1912, Roosevelt não venceu a eleição. Mas ele provou algo mais importante do que vencer: que coragem não é a ausência de dor, mas a recusa em deixar que a dor o impeça.

Theodore Roosevelt morreu em 6 de janeiro de 1919, aos sessenta anos. Quando a notícia chegou a Washington, o vice-presidente Thomas Marshall disse simplesmente:

“A morte teve que levar Roosevelt enquanto ele dormia, pois se ele estivesse acordado, teria havido uma luta.”

Naquela noite de outubro, em Milwaukee, sangrando por causa de um tiro de assassino e com noventa minutos de discurso, Theodore Roosevelt deu uma lição definitiva ao mundo:

Liderança não tem a ver com conforto ou segurança. Não se trata de evitar o perigo ou esperar pelas condições perfeitas.

Liderança é se levantar quando se está ferido. É falar quando o corpo implora para parar. É terminar o que se começou, mesmo quando o ferimento ainda está presente!

Qualquer um pode liderar quando as coisas são fáceis. São poucos líderes os “Bull Moose” que continuam mesmo depois de feridos!

Rogério Pons da Silva – jornalista e empresário (rponsdasilva@gmail.com)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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