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Colunistas Afinal, quem é que paga os impostos?

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Os empresários são sempre os primeiros a reclamar sobre a possibilidade de aumentos de impostos, ou carga tributária, como queiram. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Os empresários são sempre os primeiros a reclamar sobre a possibilidade de aumentos de impostos, ou carga tributária, como queiram.

A população em geral, os consumidores, ouvem desde sempre os empresários reclamando que as empresas não suportam mais “pagar” a carga tributária imposta pelos governos.

Já no mundo, digamos, “não empresarial”, principalmente os adeptos do socialismo como modelo de governo, dizem que não.

“Quem paga os impostos em qualquer produto ou serviço são os consumidores; o empresário tão somente repassa ao governo a parte que não é sua na composição dos preços dos produtos/serviços, sendo que, na prática, é o arrecadador dos impostos dos serviços comercializados.”

Quem está certo?

Afinal, quem paga os impostos é o empresário ou o consumidor?

Se é o povo quem paga, por que os empresários insistem neste argumento de que as empresas têm carga tributária enorme, se são meros repassadores no preço dos produtos?

A resposta para esta questão tem cerca de 270 anos de existência.

No século XVIII, as sociedades eram compostas por senhores feudais (os ricos), os artesãos, uma espécie de classe média, e milhares ou milhões de uma população de pobres ou miseráveis.

Para se ter uma ideia de como se vivia nesta época, os pobres alugavam panelas e talheres dos ricos.

Panelas e talheres eram fabricados por artesãos e custavam muito caro devido ao processo de fabricação artesanal, e só quem podia comprar eram os ricos, que, por sua vez, alugavam aos pobres que não tinham renda suficiente para comprar tais acessórios.

Nessa época, surgiu na Inglaterra uma revolução. Sem armas, sem guerras e sem nenhum tiro.

Foi uma ideia genial que mudou o mundo!

Utilizar a força motriz das máquinas a vapor e produzir riquezas em grandes volumes.

A produção seriada reduziu barbaramente os custos e possibilitou que cada vez mais pessoas pudessem comprar panelas, ao invés de pagar aluguel por elas.

A produção de riquezas em larga escala reduziu preços e alcançou aos mais pobres a possibilidade de estes serem consumidores.

Esta é a “mágica” da produção em série da indústria: baixo custo pela eficiência.

Quando há aumento da carga tributária, significa que:

Os preços serão majorados e, assim, reduz a capacidade de compra dos consumidores ou das famílias, como queiram.

Menos gente comprando diminui a escala de produção, aumentam os custos e cai a arrecadação de impostos, a famosa curva de Laffer.

O caminho mais acertado seria incentivar a indústria dentro do próprio país, a busca da eficiência por todos, menores custos de produção na iniciativa privada e também, e principalmente, na estrutura do Estado.

Diariamente chegam no Brasil cerca de 4 ou 5 navios carregados de produtos manufaturados fabricados na Ásia.

Por que compramos deles?

Os preços são muito baratos, mas, ao entrar no Brasil, produtos importados pagam todos os impostos!

A China tem escala comercial muito maior e mão de obra barata, sistemas de produção em massa; não há como a indústria brasileira competir.

Assim, a China recebe bilhões de dólares da economia brasileira todos os meses.

É o nosso dinheiro do nosso trabalho que vai pra lá, pois, em síntese, dinheiro é trabalho acumulado!

No Brasil, exportamos bilhões em matérias-primas com pouco valor agregado e importamos produtos manufaturados, à bangu!

Temos comportamento de colônia ou igual aos índios do século XVI, trocando pepitas de ouro por espelhos de mão.

Imaginem se esses navios fossem de produtos manufaturados no Brasil; quantas novas empresas, quantas oportunidades, aumento da escala industrial e a riqueza deste capital circulando e fazendo crescer nossa economia.

Aumentar impostos é a solução mais simplista e cega que um gestor pode adotar.

Nas empresas privadas, a última alternativa é o aumento dos preços. A busca é sempre pela melhor eficiência e é isso que o Estado deveria perseguir.

Roberto Campos gostava de citar o general alemão Otto von Bismarck, que dizia:

Povos inteligentes são aqueles que aprendem com erros alheios.

Povos medíocres são os que aprendem com seus próprios erros.

E os idiotas são os que não aprendem nunca!

Rogério Pons da Silva – jornalista e empresário (rponsdasilva@gmail.com)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/afinal-quem-e-que-paga-os-impostos/ Afinal, quem é que paga os impostos? 2025-12-06
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